Bolsista: EDNA DOS SANTOS PEREIRA
Orientador(a): PAULA SIMPLICIO DA SILVA
Resumo: Risco nutricional e condições socioeconomicas de pessoas com doenças infecciosas internadas no Centro Hospitalar do INI-FiocruzBolsista PIBIC: Edna dos Santos Pereira Orientadora: Paula Simplício da SilvaResumoIntrodução: A desnutrição hospitalar é associada a altas taxas de complicações infecciosas, contribuindo para um aumento significativo na morbidade e na mortalidade. E as condições socioeconômicas podem influenciar o acesso aos alimentos em quantidade e qualidade suficientes, que podem refletir no estado nutricional. Objetivo: avaliar a prevalência de risco nutricional e sua associação com condições socioeconômicas em pessoas hospitalizadas com doenças infecciosas no CH do INI/Fiocruz. Metodologia: Está sendo desenvolvido um estudo de coorte transversal com pacientes portadores de doenças infecciosas internados no CH-INI/Fiocruz. O presente estudo faz parte do projeto: Insegurança alimentar, determinantes nutricionais e desfechos clínicos em pessoas com doenças infecciosas internadas no Centro Hospitalar do INI-Fiocruz, aprovado pelo CEP CAAE: 75238123.1.0000.5262. Os voluntários da pesquisa são avaliados, em até 72h da internação, quanto ao risco nutricional, pelo questionário Nutritional Risk Screening (NRS-2002), que é um instrumento de triagem nutricional no âmbito hospitalar, para detectar a desnutrição ou o risco de desenvolvê-la durante a internação hospitalar. O estado nutricional é avaliado por parâmetros antropométricos peso atual, estatura, índice de massa corporal (IMC) e circunferência da panturrilha (CP), e circunferência abdominal. A avaliação socioeconômica é realizada pela renda, número de membros da família, escolaridade, e recebimento de benefícios sociais. Os dados são armazenados na plataforma REDCap e os cálculos estatísticos foram realizados pelo software Stata (versão 17.0). Resultados preliminares: Até a presente data, foram recrutadas 101 pessoas com doenças infecciosas. Destes, 68,3% são pessoas vivendo com HIV, seguido de pessoas com tuberculose (12,87%) (Quadro 2). Nove pessoas relatarem situação de rua, destes 7 eram pessoas vivendo com HIV e 2 pessoas com tuberculose. O sexo masculino representa 72,28% da amostra, a idade média é de 43,34±14,04, e 57,4% se declaram pardos. Quanto a escolaridade, 44,56% eram não alfabetizados ou possuíam o fundamental incompleto e apresentam renda familiar de até 2 salários mínimos (60,4%). Quando ao acesso a benefícios sociais, 18,81% relataram receber o Bolsa Família e 12,87% recebem o benefício BPC/LOAS. O estado nutricional, avaliado por IMC, mostra que 33% das pessoas incluídas no estudo, apresentam algum grau de desnutrição (17% desnutrição grave, 7% desnutrição moderada, e 9% desnutrição leve). O risco nutricional foi observado em 78,22% das pessoas hospitalizadas, 44,5% apresentaram IMC menor que 20,5 Kg/m2, 58,42% relataram perda de peso nos últimos 3 meses, redução da ingestão alimentar foi observada em 53,4% das pessoas e saúde gravemente comprometida em 8,91% da população estudada. Conclusão: Foi encontrado uma elevada prevalência de risco nutricional e de desnutrição na população atendida no Centro Hospitalar do INI/Fiocruz, refletindo a necessidade de acompanhamento nutricional precoce para prevenção e recuperação do estado nutricional. A maior parte da população estudada tem renda familiar de até 2 salários mínimos, e ainda podemos observar um número considerável de pessoas em situação de rua e sem rendimentos, as quais vivem de doação, o que reflete a carência econômica desta população, reforçando a necessidade de políticas públicas que possam atender a população com doenças infecciosas.Palavras chave: risco nutricional, desnutrição, hospitalização, fatores socioeconômicos