Bolsista: JORGE EDUARDO LORENZATO DA SILVA
Orientador(a): Lia Carolina A S Medeiros
Resumo: A sepse é uma condição médica grave que exige diagnóstico rápido para um tratamento eficaz, já que está associada a altas taxas de mortalidade. Os métodos tradicionais de detecção, como hemoculturas, são demorados, enquanto técnicas moleculares como a PCR, embora precisas, demandam infraestrutura complexa e têm custo elevado. Diante dessas limitações, o projeto inicialmente propôs o uso da técnica LAMP (amplificação isotérmica mediada por loop) como etapa de pré-amplificação em um teste diagnóstico baseado no sistema CRISPR-Cas13, visando detectar Staphylococcus aureus, um dos principais agentes causadores da sepse. Os alvos selecionados foram os genes recA (marcador espécie-específico) e mecA (associado à resistência à meticilina). No entanto, durante o desenvolvimento, foram identificados desafios técnicos com a LAMP, como amplificações inespecíficas e dificuldades de padronização, o que levou à substituição pela técnica RPA (amplificação mediada por recombinase), que se mostrou mais compatível com o sistema CRISPR-Cas13 por operar em temperaturas mais baixas e exigir um desenho de primers mais simples.O trabalho focou na padronização da RPA para amplificação dos genes recA e mecA. Foram desenhados primers específicos e realizadas reações de amplificação, seguidas de análise em gel de agarose. Nos primeiros ensaios, observou-se amplificação inespecífica, possivelmente devido a contaminantes ou a efeitos de primer noise. Após ajustes, como redução no tamanho dos primers e otimização das concentrações, foi possível obter bandas correspondentes aos fragmentos esperados para recA (179 bp, 195 bp e 216 bp). No entanto, para o gene mecA, os resultados foram menos consistentes, com amplificações inespecíficas predominantes, embora algumas combinações de primers tenham gerado bandas fracas do tamanho correto (187 bp e 200 bp).Apesar dos desafios, a RPA demonstrou potencial como método de pré-amplificação, e espera-se que a etapa subsequente com CRISPR-Cas13 aumente a especificidade do teste, eliminando falsos positivos. As próximas etapas incluem a purificação dos produtos amplificados, transcrição in vitro e validação do sistema CRISPR-Cas13 para detecção dos alvos. O desenvolvimento dessa metodologia pode contribuir para um diagnóstico mais rápido e preciso da sepse, especialmente em locais com recursos limitados, melhorando a resposta clínica e reduzindo a mortalidade associada à doença.