Bolsista: ANDRESSA DA SILVA MELO
Orientador(a): CORINA HELENA FIGUEIRA MENDES
Resumo: As vacinas estiveram no centro das discussões durante a pandemia de Covid-19. Ao mesmo tempo, diversos movimentos antagonistas à imunização criaram insegurança na população, questionando a credibilidade dos benefícios que a vacina traria. O sucesso de uma vacina depende não apenas de sua eficácia, mas também de sua aceitação. No entanto, a hesitação vacinal tornou-se uma ameaça importante para a saúde global. Alguns fatores por trás da hesitação vacinal incluem o medo ou desconfiança da vacina, subestimação de seu valor e falta de acesso a informações confiáveis. A disseminação de fake News sobre as opções preventivas ou de tratamentos acompanhou a pandemia de Covid-19, sendo amplamente compartilhadas através de redes sociais da internet. O documento oficial que veicula, pela primeira vez, a definição de hesitação vacinal é um relatório do SAGE-HV da OMS publicado em 2014. A conceituação marca o início de discussões orientadas, sobretudo na área da saúde, a compreender as características e apontar alternativas às manifestações de hesitação vacinal, que passou a entendida como o atraso em aceitar ou a recusa das vacinas recomendadas, apesar de sua disponibilidade nos serviços de saúde (SATO, 2018, p. 02). No Brasil, em abril de 2020, o Ministério da Saúde incluiu as gestantes em qualquer idade gestacional e mulheres no período puerperal, que sofreram perdas fetais ou abortamento, até quinze dias, como pertencentes ao grupo de risco para Covid-19. A vacinação materna tem o potencial de proteger a mãe, o feto ou ambos contra doenças infecciosas; entretanto, estudos sugerem que a cobertura atual da vacinação materna é baixa globalmente, principalmente devido à hesitação vacinal entre mulheres grávidas. O OBJETIVO da pesquisa em tela é compreender as tomadas de decisões de pessoas gestantes sobre vacinas e imunização a partir da pandemia de Covid-19. Utilizou-se uma abordagem metodológica exploratória, descritiva, quanti e qualitativa. As participantes foram pessoas adultas brasileiras que gestaram no período de março de 2020 a novembro de 2023. O recrutamento ocorreu no período de 21/10/2023 a 24/11/2023 através de um questionário online utilizando-se a plataforma Google Forms. O instrumento utilizado para a coleta dos dados será um questionário temático semiestruturado, com perguntas fechadas e abertas, que foi disponibilizado por meio de mídias virtuais. Os dados foram exportados para tabelas Excel e foram estratificados em três grupos: gestantes na pandemia (gestantes de março 2020 a dezembro 2022), gestantes pós pandemia (gestantes de janeiro a novembro de 2023), gestantes em ambos os períodos. Depois, foram organizados e tratados a partir de análise estatística descritiva com auxílio do programa estatístico para as Ciências Sociais (SPSS - 23.0). Os dados qualitativos foram tratados pelo software IRAMuTeQ, e foram executadas análises textuais. Foram inseridos no estudo 1230 participantes. Os resultados foram organizados de forma sistemática, onde caracterizou-se socio demograficamente a população do estudo. A análise quantitativa organizou os resultados a partir do método 5C de hesitação vacinal - contexto, complacência, conveniência, comunicação e confiança. A análise qualitativa processada pelo software IRAMuTeQ se deu através da classificação Hierárquica Descendente finalizada em 5 classes: Classe 1- Medidas de proteção frente ao medo da COVID-19; Classe 2- Sentimentos, dúvidas e riscos em relação a vacinação contra COVID-19; Classe 3- Repercussões da pandemia na experiência gestacional, de parto e nascimento; Classe 4- Implicações da pandemia da COVID-19 no pré-natal; Classe 5- Isolamento social e saúde mental. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira / Fiocruz sob o nº parecer 3.522.231 CAAE:18608619.9.0000.5275.