Revista Eletrônica do Programa de Bolsas - Edição 3

Revista: Edição 3 | Ano: 2025 | Corpo Editorial: Editorial | Todas edições: Todas
ISSN: 2966-4020
An?lise de express?o g?nica em trabalhadores petroleiros offshore expostos ao benzeno
Bolsista: MARIA FERNANDA RODRIGUES MUNIZ
Orientador(a): SIMONE MITRI NOGUEIRA
Resumo: A exposição ocupacional ao benzeno representa ainda um grave problema de Saúde Pública, sendo comum, por exemplo, em trabalhadores petroleiros Offshore. Os riscos associados a essa exposição são bem reconhecidos por tratar-se de substância com efeitos hematotóxicos e genotóxicos relacionados ao processo de carcinogênese. O benzeno é classificado pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) como reconhecidamente carcinogênico, estando associado ao desenvolvimento especialmente de leucemia mieloide aguda. Os metabolitos do benzeno são capazes de alterar a expressão de genes antitumorais e de reparo de lesão de DNA. Diante da crescente necessidade de conhecimento sobre o impacto do benzeno no material genético e os consequentes prejuízos à saúde, é fundamental a realização de mais estudos nessa linha. Neste sentido, a análise do perfil de expressão gênica, contida nessa proposta, pode atuar como um marcador de dano do benzeno sobre o genoma, baseado no conhecimento de que o solvente é capaz de induzir modificações na expressão de determinados genes e afetar, assim, a resposta tóxica. O objetivo dessa proposta, que está inserida em um projeto maior, é analisar a expressão de genes antitumorais e de reparo de DNA em trabalhadores petroleiros Offshore. Especificamente, visa analisar o perfil de expressão de tais genes em uma amostragem de 200 trabalhadores de plataformas de petróleo Offshore e elaborar um banco de dados contendo os resultados das análises. Os trabalhadores participantes serão de idade igual ou superior a 18 anos e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). As análises de expressão gênica serão realizadas no Setor de Toxicogenética do Laboratório de Toxicologia do CESTEH, para onde seguirão as amostras de plasma sanguíneo coletadas da população em campo, permanecendo essas acondicionadas sob refrigeração (-80? C) até o momento da análise. A partir do plasma sanguíneo, será realizada a extração e o isolamento de RNA total baseada no uso de solventes orgânicos, especificamente o reagente Trizol (ThermoFisher Co), seguindo as orientações do fabricante; e, posterior utilização de isopropanol e etanol. A amplificação e quantificação específica do alvo será efetuada através de PCR quantitativo (qPCR), com uso de primers. A prévia conversão de RNA em cDNA, que será usado como template, será feita por reação com transcriptase reversa. O método 2 DeltaDeltaCq será usado para o cálculo dos resultados, que serão organizados na forma de planilha de banco de dados. Também será efetuada uma análise estatística desses resultados usando o software SPSS (Chicago, IL, USA). Como produtos e resultados do presente projeto, espera-se obter a identificação de alterações na expressão de gene antitumoral e de reparo de DNA associadas à exposição ao benzeno na amostragem de trabalhadores Offshore. Pelo exposto, a análise molecular proposta aqui pode contribuir para o maior conhecimento dos efeitos da exposição ao benzeno na expressão gênica e seus consequentes impactos na saúde.
Exposição de equinos ao vírus da Hepatite E (genótipo zoonótico)
Bolsista: ALDALEIA DO NASCIMENTO E SILVA
Orientador(a): ANDREZA SORIANO FIGUEIREDO NUNES
Resumo: Os objetivos deste trabalho foram avaliar comparativamente os resultados de soroprevalência anti-HEV obtidos em equinos (enviados ao abate e empregados nas atividades de competição/reprodução) empregando-se o ensaio de ELISA desenvolvido neste projeto (espécie-específico, publicado em 2023) com ensaio de ELISA comercial (multiespécie), bem como expandir a investigação da infecção ativa nestes animais empregando-se um ensaio molecular abrangente quanto à variabilidade viral. Além disso, a população de equinos empregadas no trabalho de tração foi incluída nas análises. O total de 201 equídeos foi analisado nas atividades deste relatório. Quanto à exposição ao HEV, a soroprevalência do Grupo A (enviados ao abate e B (competição/reprodução) empregando-se o ensaio de ELISA adaptado foi de 26,5% e de 2,7% empregando-se ensaio comercial multiespécie. As diferentes soroprevalências encontradas podem ser atribuídas às diferentes sensibilidade e especificidade das metodologias empregadas, sendo desencorajada a comparação direta dos resultados. No caso do ELISA adaptado, o resultado é derivado da detecção de anticorpos IgG anti-HEV devido à ligação do conjugado específico contra IgG equina, já no ELISA comercial multiespécie, o resultado é derivado da detecção de anticorpos totais anti-HEV (IgG, IgM, IgA) devido à ligação de antígeno conjugado, sem especificidade com relação ao animal investigado. O Grupo C (tração) não apresentou animais positivos, contrariando nossa hipótese de que estes animais poderiam estar mais expostos ao HEV por abitarem em locais de menor infraestrutura urbana ou em ambientes contaminados, pertencerem a pessoas de maior vulnerabilidade socioeconômica e terem contato com muitos animais incluindo reservatórios. Quanto à ocorrência de infecção ativa, nenhum grupo animal (A, B ou C) apresentou reações de amplificação positivas, mesmo empregando-se ensaios dirigidos a três regiões genômicas diferentes (ORF-1, ORF-2 e ORF-2/3), de diferentes formatos (RT-qPCR, nested RT-PCR e seminested RT-PCR) e abrangências (pan-Hepeviridae e genótipos HEV-1 ao HEV-4). Os resultados deste estudo devem ser avaliados com cautela, para além de taxas e comparações, mas confirmam a exposição de equinos brasileiros ao HEV. Estimar melhor a amplitude com que essa importante população animal do Brasil é exposta ao HEV e avaliar as possíveis implicações para a sanidade animal e saúde pública são perspectivas para a continuidade do projeto.
Caracterização de isolados bacterianos de indústria farmacêutica localizada no estado do Rio de Janeiro por Sequenciamento do gene 16S rRNA completo e Sequenciamento do Genoma Completo (SGC)
Bolsista: BRENA DE JESUS SILVA
Orientador(a): VIVIANE ZAHNER
Resumo: A contaminação microbiana é um risco à produção farmacêutica, que pode afetar tanto a qualidade do produto, quanto a segurança do paciente. A identificação correta da microbiota associada aos processos produtivos é extremamente importante para investigação de fontes de contaminação, e adoção de medidas preventivas ou corretivas. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi identificar isolados bacterianos ao nível de gênero/espécie para contribuir com o conhecimento da microbiota existente na linha de produção de Bio-Manguinhos e fornecer dados para literatura na área de taxonomia bacteriana. Foram analisados 20 isolados bacterianos que estavam estocados a -70 ºC em BHI com glicerol 20% em Bio-Manguinhos / FIOCRUZ, Rio de Janeiro, obtidos em 2018. Dos vinte isolados, três (15,00%) foram retirados do estudo por apresentarem mais do que três tipos de colônias ou por não apresentarem crescimento. Dos isolados restantes (n = 17), 15 (88,24%) foram sequenciados para o gene 16S rRNA. A identificação por sequenciamento do 16S mostrou que dois (13,33%) isolados, B1254/18 e B1524/18, foram identificados ao nível de espécie. A maioria (n = 11, 73,33%) foi identificada ao nível de gênero, e nove (60,00%) apresentaram similaridade > 98,65% para mais de uma espécie do gênero. Outros três (20,00%) isolados (B139/18, B718/18 e B1525/18) apresentaram similaridade abaixo do ponto de corte para espécie, e foram selecionados para análise com sequenciamento do genoma completo (SGC), por serem considerados possíveis espécies novas. O isolado B129/18, apesar de ter uma similaridade > 98,65%, também foi selecionado para (SGC), pois a similaridade foi bem próxima ao número de corte (98,70%). Pudemos concluir com este estudo, que o sequenciamento do gene 16S rRNA foi suficiente para discriminar espécies de determinados genes, por essas espécies serem muito similares entre si. Nesses casos, outros métodos são necessários para complementar a análise e tentar discriminar a espécie. além disso, como em outros estudos, esse trabalho demonstrou que ambientes de produção farmacêutica podem ser propícios para isolamento de microrganismos ainda não descritos, pois três isolados possuíam similaridade abaixo do ponto de corte para delineamento de espécies.
Carreiras, trajetórias e divulgação científica de orientadores e orientandos nas fronteiras das ciências sociais e saúde
Bolsista: LUIS FELIPE ORCAI GRANADO
Orientador(a): IVIA MARIA JARDIM MAKSUD
Resumo: Este relatório parcial se dá no âmbito do projeto de pesquisa Discutindo a Relação, coordenado pela pesquisadora Ivia Maksud, e visa estudar os meandros das relações entre docentes e estudantes universitários no contexto da pós-graduação. O projeto se ambienta no campo da Saúde Coletiva, com ênfase na relação de orientadores e orientandos. O projeto busca mapear trajetórias acadêmicas e analisar como essa relação influencia a formação dos pesquisadores. O estudo também pretende refletir sobre estratégias de divulgação científica e a transmissão de conhecimentos entre gerações. A equipe de pesquisa é composta ainda por uma professora do Instituto de Saúde Coletiva e mais três estudantes de graduação, das áreas de ciências sociais e psicologia.A relação entre orientador e orientando desempenha papel crucial na transmissão do conhecimento acadêmico e na construção das carreiras dentro das Ciências Sociais e da Saúde Coletiva, formando uma árvore genealógica de conhecimento. A orientação não se restringe à execução de projetos de pesquisa, mas envolve dinâmicas de aprendizado, apoio profissional e emocional, além da formação de redes acadêmicas.Dessa forma, este estudo se propõe a analisar como as interações entre pesquisadores e discentes contribuem para a estruturação do campo da Saúde Coletiva, como essas relações afetam a produtividade e a formação acadêmica, e de que forma a divulgação científica desempenha um papel fundamental nesse processo.2 METODOLOGIAA pesquisa adota uma abordagem qualitativa, combinando diferentes métodos para coleta, produção e análise de dados:2.1 Análise documental: Exame de relatórios, dissertações, teses e outros materiais produzidos sobre a temática da orientação acadêmica.2.2 Entrevistas semi-estruturadas: Condução de entrevistas com orientadores e orientandos para capturar percepções sobre a relação acadêmica e suas implicações nas trajetórias profissionais.2.3. Análise de narrativas: Observar padrões e qualificar os resultados das entrevistas com discentes e docentes, nesta ordem.2.4 Produção de conteúdo científico: Redação de notas e materiais de divulgação com base nas observações, entrevistas e eventos acadêmicos.A pesquisa vem sendo conduzida e terá duração de um ano, conforme o cronograma abaixo:Meses 1 a 3: Levantamento bibliográfico e construção do roteiro de entrevistas.Meses 2 a 12: Observação de eventos, entrevistas e registro de imagens.Meses 3 a 12: Análise dos dados coletados e produzidos e elaboração de relatórios para apresentação em seminários e congressos.Atualmente, estamos na fase de análise da produção científica. Até o momento, foi levantado o estado da arte com relação ao tema.Também estamos na etapa de busca e seleção de entrevistados.3 RESULTADOS PARCIAISOs primeiros levantamentos indicam que:A relação orientador-orientando desempenha papel fundamental na integração acadêmica e na formação de redes profissionais.A presença em eventos acadêmicos contribui para ampliar as perspectivas dos discentes, fortalecendo a identidade profissional.A divulgação científica é um instrumento estratégico para valorização das trajetórias acadêmicas, mas ainda pouco explorado em alguns contextos institucionais.Observamos também que a percepção sobre a orientação varia conforme fatores como experiência do docente, acesso a oportunidades de pesquisa e suporte institucional. O estudo segue investigando como esses fatores impactam a produção acadêmica e a permanência de pesquisadores na Saúde Coletiva.4. RESULTADOS PARTICULARESAlém das produções voltadas ao projeto principal, nos primeiros meses da pesquisa, produzi textos sobre eventos relacionados ao 35º aniversário do PPGSCM - Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Ao todo, foram produzidos oito textos para relatoria dos eventos, além de legendas e postagens .
AVALIAÇÃO DA RESPOSTA IMUNOMETABÓLICA DE CAMUNDONGOS BALB/C FRENTE À INFECÇÃO POR Leishmania amazonensis E Leishmania braziliensis
Bolsista: JULIA LOPES DE SALES
Orientador(a): Claudia Ida Brodskyn de Assis
Resumo: A leishmaniose é uma doença infecciosa negligenciada, causada por protozoários do gênero Leishmania, transmitidos pela picada de flebotomíneos. Afetando milhões de pessoas em cerca de 88 países, essa enfermidade possui alta morbidade e letalidade, manifestando-se principalmente nas formas tegumentar (cutânea, mucosa, difusa e disseminada) e visceral. No Brasil, Leishmania (Viannia) braziliensis é a principal responsável pela forma tegumentar, enquanto Leishmania (Leishmania) amazonensis está associada à forma difusa. A resposta clínica à infecção depende tanto da espécie parasitária quanto da resposta imunológica do hospedeiro.Estudos recentes no campo do imunometabolismo têm demonstrado que células do sistema imune, como os macrófagos, reprogramam seu metabolismo conforme seu estado funcional, alternando entre a fosforilação oxidativa e a glicólise. Essa adaptação metabólica é crucial para a resposta imune contra patógenos, incluindo Leishmania spp.. Embora a fosforilação oxidativa gere mais ATP, a glicólise permite uma rápida produção de energia, sendo preferida por células imunes ativadas. A infecção por Leishmania spp. pode interferir nesse balanço, modulando o metabolismo celular e comprometendo funções imunológicas essenciais.Neste contexto, o presente estudo tem como hipótese que a infecção por Leishmania spp. promove alterações metabólicas em macrófagos derivados da medula óssea (BMDMs) da linhagem BALB/c, induzindo disfunção mitocondrial e modulando as taxas de glicólise e fosforilação oxidativa. Assim, o objetivo geral do trabalho foi avaliar o perfil metabólico desses macrófagos após infecção por L. amazonensis e L. braziliensis. Os objetivos específicos incluem: (i) mensurar as taxas de glicólise e fosforilação oxidativa nos BMDMs infectados; (ii) analisar o impacto da inibição dessas vias na susceptibilidade dos macrófagos à infecção; e (iii) investigar o efeito da inibição metabólica na função mitocondrial dos BMDMs infectados.A metodologia envolveu o uso de camundongos fêmeas BALB/c (6 a 12 semanas), mantidos em condições controladas no biotério da FIOCRUZ-BA. Os BMDMs foram obtidos a partir da medula óssea de fêmures e tíbias, diferenciados em meio enriquecido com sobrenadante de células L929, e cultivados por sete dias. Após confirmação da viabilidade celular, os BMDMs foram semeados em placas de 24 poços e submetidos a tratamentos com inibidores específicos das vias glicolítica e mitocondrial, conforme concentrações estabelecidas previamente.A infecção foi realizada com promastigotas de L. amazonensis (cepa MHOM/BR/87/BA125) e L. braziliensis (cepa MHOM/BR/01/BA788), cultivadas em meio Schneider suplementado com soro fetal bovino, glutamina e antibióticos. As taxas de infecção e o perfil metabólico dos macrófagos tratados ou não com os inibidores foram então avaliados, com foco na análise da atividade mitocondrial e da produção energética por vias específicas.Com este estudo, espera-se contribuir para a compreensão dos mecanismos pelos quais Leishmania spp. subverte o metabolismo dos macrófagos hospedeiros, impactando sua capacidade de resposta imune. Tais achados poderão fornecer bases para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas e estratégias profiláticas mais eficazes contra a leishmaniose, explorando o papel central do metabolismo energético na modulação da resposta inflamatória e na resistência à infecção.
Imunidade Concomitante na Esquistossomose Mansônica: Análise histopatológica, parâmetros de sobrevivência e parasitológicos do hospedeiro experimental murino frente às infecções sucessivas de Schistosoma mansoni.
Bolsista: ANA JULIA FIGUEIREDO OLIVEIRA
Orientador(a): MONICA MAGNO VILAR
Resumo: A Imunidade Concomitante, fenômeno pouco estudado dentro da Esquistossomose, resulta de uma resistência imune do hospedeiro à reinfecção. Ainda não há certeza acerca de quais moléculas estão envolvidas nesse processo, mas sabe-se que a idade do hospedeiro e a carga e a genética parasitária também podem ser fatores de influência. Este estudo propõe avaliar os efeitos da reinfecção, comparando entre inóculos altos e baixos em camundongos Swiss webster, que são modelos mais próximos a população humana por serem não-singênicos. O principal objetivo deste projeto é analisar, histopatologicamente, a resposta dos hospedeiros murinos frente às infecções sucessivas por Schistosoma mansoni, além de parâmetros como sobrevivência, presença de vermes e de ovos. O formato escolhido para esse projeto foi o de triplicata, utilizando-se do mesmo modelo experimental em todas as repetições. Os animais foram divididos em 7 grupos: grupo A, reinfectado com 200 cercárias; grupo B, controle da primeira infecção de 200 cercárias; grupo C, reinfectado com 70 cercárias; grupo D, controle da primeira infecção de 70 cercárias; grupo E, controle da segunda infecção de 200 cercárias; grupo F controle da segunda infecção de 70 cercárias; e grupo G, controle não infectado. Os grupos A, B, C e D foram infectados e, 45 dias após, os grupos A e C foram reinfectados e os grupos E e F infectados. No dia 90 do experimento, todos os grupos foram necropsiados após eutanásia com anestésico, para obtenção dos órgãos a serem analisados, que foram armazenados em formalina Millonig para a clivagem posterior. Para a obtenção dos vermes adultos, os animais foram perfundidos através do sistema porta-hepático venoso com PBS. Foram observadas alterações histológicas relacionadas à infecção nos pulmões, fígado, estômago, intestinos, pâncreas e baço. Para ilustrar essas alterações, somente quatro grupos foram escolhidos: animais reinfectados, animais controle da primeira infecção e controle da segunda infecção, todos infectados com 200 cercárias, e um grupo controle não infectado. Nos pulmões, os animais do grupo reinfectado (A) apresentaram vermes adultos mortos, além de granulomas e infiltrados inflamatórios. O grupo controle da primeira infecção (B) apresentou lesões semelhantes às do grupo A, porém sem vermes, enquanto o grupo controle da segunda infecção (C) apresentou leve infiltrado. O fígado exibiu granulomas em todos os grupos, sendo mais intensa a reação no grupo A. Já nos intestinos e baço, os grupos A e B apresentaram grande presença de ovos e granulomas, em contraste com o grupo C, que foi menos afetado. No pâncreas, as lesões foram semelhantes entre os grupos, com granulomas e infiltrados leves. Na avaliação da sobrevivência, em um dos experimentos, o grupo B apresentou 100% de mortalidade. Nos outros experimentos, houve 100% de sobrevivência de todos os grupos de animais, inclusive o grupo B.A avaliação do número de vermes obtidos mostrou diferenças significativas: o grupo C, reinfectado com 70 cercárias, exibiu mais vermes que o grupo A, reinfectado com 200, sugerindo competição intraespecífica. Do grupo D, controle da primeira infecção de 70 cercárias, recuperou-se menos vermes comparado ao grupo E, controle da segunda infecção de 200 cercárias, ou seja, os animais com 45 dias de infecção (200 cercárias) demonstraram mais vermes que os animais com 90 dias de infecção (70 cercárias). Foram encontrados casais de vermes mortos nos pulmões, indicando competição e recirculação.Os achados sugerem que a reinfecção modula o sistema imune, favorecendo a sobrevivência de parasitas da primeira infecção e contribuindo para a compreensão da imunidade concomitante em áreas endêmicas. Os protocolos foram replicados para garantir maior precisão estatística e reforçar os dados obtidos.
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