Bolsista: MONNYQUE RAISA BEZERRA SILVA
Orientador(a): Fabio Lopes de Melo
Resumo: A esquistossomose é uma doença negligenciada causada por trematódeos do gênero Schistosoma, endêmica em diversos países tropicais e subtropicais, como Egito, Venezuela e Brasil. No Brasil, cerca de 1,5 milhões de pessoas vivem em áreas vulneráveis à infecção do parasita, nas quais o Nordeste e o Sudeste se destacam como as regiões mais afetadas (BRASIL, 2019). A esquistossomose, quando não tratada precocemente, pode desencadear complicações como hemorragia digestiva e hipertensão portal e até mesmo a morte (MAWA et al., 2021). O tratamento da esquistossomose é realizado através da quimioterapia em massa com o praziquantel, que embora apresente uma alta taxa de sucesso em seu tratamento direcionado à esquistossomose, uma vez que reduz a carga parasitária e a produção de ovos pelo helminto, os danos hepáticos não são revertidos completamente. Nesse sentido, faz-se necessário o desenvolvimento de novas drogas capazes de assumir um papel adjuvante no tratamento da esquistossomose (TA et al., 2020). A Silimarina (SM) — um extrato vegetal oriundo da Silybum marianum e constituído por um complexo de flavolignanas como a silibina, silidianina e silichristina — apresenta propriedades hepatoprotetoras e de espectro de atuação em doenças hepáticas como icterícia, hepatite e cirrose. A sua atividade hepatoprotetora é mediada pela inibição da formação de peróxidos lipídicos, eliminação de radicais livres, mudança das propriedades físicas da membrana celular e pela redução da fibrogênese hepática. Essa atividade pode expressar redução significante de marcadores hepáticos bioquímicos a nível sérico, a exemplo da transaminase pirúvica (TGP), transaminase oxalacética (TGO), GamaGlutamil Transferase (GGT) e da Fosfatase alcalina; os quais também podem ser utilizados como Índices Biológicos (IB) para inferências acerca da fibrose hepática. Paralelamente, relata-se também benefícios oriundos da administração de probióticos enquanto moduladores da resposta imunológica e facilitadores na reversão da disbiose intestinal. É compreendido que as bactérias do gênero Lactobacillus exercem influência, por competição, no meio intestinal e induzem alterações no pH para a inibição de microrganismos danosos; existindo a liberação de bacteriocinas quando as bactérias do gênero interagem com bifidobactérias. Tamanha interação pode ser capaz de reverter quadros favoráveis para a translocação bacteriana em indivíduos acometidos pela Esquistossomose. Uma vez que a patologia do S. mansoni depende do estado nutricional e da resposta imune do paciente, o ambiente em disbiose é favorável para a sua reinfecção. Além de promover barreiras ao revitalizar a microbiota e trazer um equilíbrio simbionte, o uso destas bactérias enquanto probióticos foi capaz de expressar significante redução na quantidade de vermes e de ovoposição, assim como na amenização dos efeitos granulomatosos. (EL-KHADRAGY et al.,2019). Nesse sentido, o objetivo do presente estudo é analisar os efeitos da Silimarina, L. acidophilus e L. gasseri em camundongos no período de pós-tratamento para a esquistossomose.