Revista Eletrônica do Programa de Bolsas - Edição 2

Revista: Edição 2 | Ano: 2024 | Corpo Editorial: Editorial | Todas edições: Todas
ISSN: 2966-4020
DESENVOLVIMENTO DE NOVOS ANTÍGENOS RECOMBINANTES PARA O DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO DA HEPATITE E (HEV)
Bolsista: LORENZO RAFAEL CINTRA CERQUINHO MENEZES LOURENCO
Orientador(a): CHRISTIAN ROBSON DE SOUZA REIS
Resumo: A hepatite E é uma zoonose causada pelo vírus HEV e é encontrada em várias regiões do mundo, principalmente em comunidades com acesso limitado à água tratada e esgotamento sanitário. Costuma cursar de forma aguda com caráter benigno e autolimitado, Entretanto, pode cronificar com evolução grave e até fulminante em pacientes imunossuprimidos, hepatopatas e em gestantes. Além da possibilidade de transmissão oral-fecal entre humanos, a doença também pode ser transmitida através do manejo ou consumo de animais de criação, principalmente os porcinos. Sob essa perspectiva, existe uma enorme demanda de métodos de diagnóstico que permitam a detecção da doença em humanos e em outros hospedeiros de forma rápida e em ambientes com pouca infraestrutura. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é: i) produzir novos antígenos recombinantes contendo múltiplos epítopos de células B do capsídeo do gene do Vírus da Hepatite E e ii) avaliar o desempenho das proteínas quiméricas recombinantes em ensaios sorológicos com amostras humanas e de suínos. Diante do exposto, este projeto propõe produzir novos antígenos recombinantes (HEVME2 e HEVME3) a partir do gene quimérico codificante da proteína multiepítopo HEVME1. Para a obtenção das proteínas quiméricas truncadas HEVME2 e HEVME3, o construído HEVME1 clonado em plasmídeo pRSETA será submetido à digestão com as enzimas BamHI+BglII ou SalI-HF+XhoI, para retirada das regiões codificadoras para as regiões C-terminal (HEVME2) e N-terminal (N-terminal) respectivamente do gene quimérico HEVME1. Os produtos das digestões de truncagem serão separados em gel de agarose, e as frações plasmidiais serão purificadas por meio do kit de purificação de DNA. Os fragmentos plasmidiais serão religados a partir de incubação com T4-ligase e transformado em células Escherichia coli da linhagem Top10 para realização de minipreparações de DNA plasmidial. Para a expressão das proteínas recombinantes HEVME2 e HEVME3 apresentando cauda de poli-histidinas, as construções plasmidiais nos vetores pRSETA serão transformados em células de E. coli cepas BL21 star, pLySs e/ou Rosetta(Trade Mark) 2. A indução da expressão das proteínas recombinantes presentes nos plasmídeos transformados em E. coli será realizada a partir da inoculação de cultivo bacteriano, em novo meio LB, seguido pela sua incubação a 37ºC sob agitação de 220 RPM. Ao atingir OD de 0.6, será realizada a indução da expressão heteróloga nas condições de 37, 30 e 18ºC por 2, 4 e 18 horas respectivamente, utilizando 0.1-0.5 mM de IPTG. A confirmação da expressão heteróloga será realizada por meio de SDS-PAGE e Western blot utilizando anticorpos anti-6x-His. Para purificação as células serão lisadas por ultrasonicação e purificadas por cromatografia de afinidade utilizando resina Ni-NTA Agarose. As etapas de purificação serão realizadas no cromatógrafo AKTA PURE e a quantificação das proteínas purificadas será realizada em gel de SDS-PAGE contendo curva de BSA em concentrações conhecidas. A leitura de densidade de píxels para quantificação das proteínas purificadas será realizada no iBright(Trade Mark) FL1500 Imaging System. Os ensaios ELISA indireto serão executados em microplaca de fundo reto com 96 poços . Para a etapa de sensibilização, a microplaca será incubada overnight com 100 microl do antígeno recombinante (na concentração desejada) diluído no tampão Carbonato-Bicarbonato (0,05 M), pH 9,6. Posteriormente, a microplaca será bloqueada com 100 microl de solução contendo tampão PBS (do inglês, phosphate-buffered saline) acrescido de 10% de leite desnatado. Após 1 hora de incubação, serão adicionados 100 microl das amostras diluídas em tampão PBS com Tween 20 (0,05%) e leite a 10%, na proporção 1:500. Posteriormente, será adicionado 100 microl de Proteína A-peroxidase diluído em PBS com Tween 20 (0,05%) e leite a 10%, na proporção de 1:10.000. Para a etapa de revelação, será adicionado 150 microL de solução contendo 2mg/ml de O-Fenilenodiamina (OPD) e 1:10^3 de H2O2 (Química Moderna, São Paulo, BR) diluído em tampão Citrato-Fosfato (pH =5). O bloqueio da reação enzimática será realizada por meio da aplicação de 100 microl de ácido sulfúrico (2,5 M). A leitura da densidade óptica será mensurada no equipamento Benchmark Plus Microplate Spectrophotometer System , com filtro de 490 nm, no software Microplate Manager 5.2 . Após cada etapa realizada do ensaio ELISA, os poços são lavados 3 vezes utilizando o lavador automático PW40 Microplate Washer com tampão PBS (após bloqueio) e tampão PBS acrescido de Tween-20 (0,05%) nas etapas seguintes. Os valores de sensibilidade e especificidade, valores preditivos e o intervalo de confiança das plataformas de ELISA indireta serão estimados a partir da ferramenta MedCalc. Esperamos que os antígenos HEVME2 e HEVME3 tenham sensibilidade e especificidade para desenvolvimento de um teste, com custo reduzido (comparado aos testes disponíveis comerciais) para ser utilizado em um ELISA multi-espécie para o diagnóstico sorológico da Hepatite E de humanos e suínos domésticos.
CARACTERIZAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO NEGRA (PNSIPN) NO ÂMBITO ESTADUAL E MUNICIPAL
Bolsista: JULYANE CRISTINA DOS SANTOS FELICIO
Orientador(a): MARLY MARQUES DA CRUZ
Resumo: A saúde da população negra, tanto nacional quanto internacionalmente, tem se tornado tema de grande atenção pelos altos índices de morbidade e mortalidade decorrentes do racismo e das barreiras de acesso a bens e serviços de saúde. o presente do estudo, como etapa de uma pesquisa mais ampla, intitulada “Avaliação de Implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra para a garantia do Acesso e Equidade no Estado do Rio de Janeiro”, buscará meios para compreender a implementação da PNSIPN. Tem-se por objetivo caracterizar a implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra considerando a adesão da mesma nos planos estaduais e municipais de saúde no Brasil. Trata-se de um estudo descritivo-exploratório, de abordagem quantitativa, que irá analisar a implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. A escolha desse tipo de estudo se deu como forma de explicitar o panorama atual da implementação e também refletir acerca dos fenômenos que os permeiam. Os dados foram coletados de três fontes públicas de dados, sendo elas: ESTADIC - Pesquisa de Informações Básicas Estaduais (fonte de dados de 2021), MUNIC - Pesquisa de Informações Básicas Municipais (fonte de dados de 2021) e SIDRA IBGE - Sistema do IBGE de Recuperação Automática (CENSO 2022). Espera-se com este estudo a obter a caracterização da implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra considerando a adesão da mesma nos planos estaduais e municipais de saúde no Brasil e estruturá-la num folder eletrônico.
Acesso aos serviços de saúde de populações indígenas não aldeadas que vivem em contexto urbano
Bolsista: BEATRICE ALVES REBOUCAS TOME PRACIANO
Orientador(a): Rodrigo Tobias de Sousa Lima
Resumo: TÍTULO DO PROJETO: Acesso aos serviços de saúde de populações indígenas não aldeadas que vivem em contexto urbano Aluna: Beatrice Alves Rebouas Tom Praciano Curso: Medicina da Universidade Federal do Amazonas Orientador: Dr. Rodrigo Tobias de Sousa Lima Instituição Executora: Instituto Leônidas e Maria Deane – ILMD/ Fiocruz Amazônia Introdução O direito a cidade e a saúde são bandeiras e causas sociais dos movimentos indígenas nos grandes centros urbanos, porém a garantia desses direitos carece de estudos avaliativos em prol de um sistema de saúde mais equânime e mais justo. Dentre os direitos fundamentais dos povos indígenas está o acesso à saúde, que reclama um modelo adequado à diversidade de seus valores culturais e que atenda aos princípios do controle social, da integralidade e da universalidade próprios do Sistema Único de Saúde (SUS), mas, também, de diferenciação, especificidade e tradição cultural que lhe são peculiares. No contexto dos grandes centros urbanos, a Secretaria de Saúde Indígena (SESAI) por intermédio do Distrito Sanitário Especial Indígena de Manaus (DSEI-Manaus) tem se negado a prestar assistência aos indígenas da cidade. A desconsideração da etnicidade dos indígenas em contexto urbano e a omissão frente aos direitos identitários associados é uma invisibilização deliberada pelo Estado. A marginalização dos povos indígenas ao acesso dos equipamentos sociais produz invisibilidades. Sendo assim, diante da baixa cobertura de assistência à saúde, ausência de dados oficiais sobre os povos em contexto urbano no município de Manaus, e presença de barreiras de acesso, entendemos que é urgente o desenvolvimento desse projeto em parceria com a gestão, as organizações indígenas e instituições de pesquisa para a produção de informações pertinentes à população indígena em contexto urbano. Frente a isso, faz necessário dar visibilidade aos modos de acesso aos processos de cuidado em saúde na atenção básica por populações indígenas urbanas de Manaus. Para isso, a pergunta orientadora da pesquisa consiste: “quais condições de vida em relação ao acesso aos serviços de saúde por grupos multiétnicos originários no contexto citadino de Manaus?” Justificativa e relevância O Amazonas é reconhecido por sua biodiversidade e pela pluralidade sociocultural da sua população, sendo marcadamente ressaltada a importância dos seus rios, que cortam todo estado, e com seus ciclos de cheia e vazante influenciam a vida as comunidades interiorizadas. Nos últimos anos no Brasil, tem-se visto um aumento da migração de povos indígenas para as cidades, formando conglomerados que se tornam mais vulneráveis a problemas sociais e de saúde. Este fenômeno vem ocorrendo por diversos fatores, desde a busca inserção no mercado de trabalho, oportunidade de acesso à educação, infraestrutura insuficiente nas comunidades indígenas, conflitos por terra, dificuldades financeiras, até a procura por serviços essenciais, como acesso aos serviços de educação e saúde. Em Manaus este processo tem concentrado populações indígenas de etnias diferentes numa comunidade de grande porte chamada Parque das Tribos. As etnias mais encontradas em Manaus são Saterê-Mawé, Ticuna, e etnias diversas oriundas do Alto Rio Negro, como os Baniwa. O estudo também a ressalta a pouca capacidade de acesso destas populações aos serviços de saúde da rede de atenção da capital. A organização social de populações indígenas em contexto urbano é um fenômeno relativamente recente e ainda pouco estudado, sendo necessário maior investimento em pesquisa para subsidiar as gestões municipal e estadual na implantação de políticas que ampliem o acesso. Objetivo: Avaliar as condições de vida da população indígena em contexto urbano, residente na Comunidade Parque das Tribos, e sua capacidade de acesso à rede de serviços de saúde em Manaus. Metodologia O projeto será desenvolvido na Comunidade Parque das Tribos, localizada no município de Manaus, no Bairro Tarumã, localizado na Zona Oeste. Nesta comunidade residem aproximadamente 2.800 indígenas de diversas etnias, sendo considerada um aglomerado subnormal, estabelecido entre as Comunidades Cidade das Luzes e Cristo Rei. A ocupação da comunidade foi planejada desde 2012, ocorrendo em 2013, tendo, aproximadamente, 35 etnias. Em relação ao acesso à saúde em nível de Atenção Básica, a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima desta comunidade está localizada a uma distância aproximada de 4 km, e a 6 Km de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Trata-se de um estudo de caso, de caráter analítico-descritivo, com abordagem qualitativa e quantitativa sobre as condições de vida de indígenas em contexto urbano no acesso à rede de atenção em Manaus. Por se tratar de estudo de caso, a amostra da pesquisa será por conveniência e delimitada aos indígenas residentes na comunidade Parque das Tribos, no município de Manaus. A coleta de dados será dividida em 03 (três) etapas. Na primeira etapa serão elaborados os instrumentos de coleta de dados que ocorrerá através de formulário para entrevista semiestruturada. A coleta de dados será dividida em dois momentos: no primeiro, o levantamento de dados epidemiológicos secundários nos sistemas informação do SUS (SINAN, SIM, SINASC, DATASUS). Num segundo momento serão realizadas as coletas in loco dos dados primários sobre o perfil epidemiológico, socioeconômico, cultural e demográfico da população. O contato com os sujeitos da pesquisa será realizado pelos jovens mobilizadores indígenas com a identificação das lideranças, cuidadores tradicionais e famílias a serem entrevistadas. Na segunda etapa, serão realizadas oficinas, nas quais serão identificados os modos de buscar cuidado da população e suas relações com a medicina tradicional, assim como os fluxos de acesso a rede de atenção e cobertura das políticas públicas no território. Utilizaremos de metodologias ativas e abordagens participativas, valorizando o protagonismo da população indígena, que participarão de todas as etapas do projeto. Na terceira etapa ocorrerá a sistematização dos dados e informações mediante a codificação, ordenação e classificação dos dados e informações coletadas. Após a sistematização e análise do material coletado será produzido o relatório. Serão incluídos na pesquisa indígenas adultos que residam na comunidade Parque das Tribos durante a coleta de dados. Serão excluídas pessoas não indígenas, indígenas que não residam na comunidade Parque das Tribos, indígenas que tenham não capacidade de responder aos questionamentos da entrevista. Este projeto foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa, CAAE: 48611021.5.0000.5020, cumprindo o que preconiza a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, além da resolução 304/2000 para pesquisas envolvendo comunidades indígenas. Resultados esperados Geração de relatórios de pesquisa, apresentação na associação indígena, no conselho estadual de saúde, além de apresentação em congressos e publicação de artigos e/ou capítulo de livro.
Origem e dispersão do subtipo F1 do HIV-1 na Bahia
Bolsista: GABRIEL ALVES DE CARVALHO
Orientador(a): ANTONIO RICARDO KHOURI CUNHA
Resumo: De 2007 até junho de 2021, foram notificados no Sistema Nacional de Agravos e Notificações, 381.793 casos de infecção pelo HIV-1 no Brasil, sendo a região nordeste a segunda localidade com mais casos de HIV-1, com cerca de 75 mil infecções. A Bahia, se mostra como o estado mais populoso da região nordeste, apresentando maior número absoluto de casos de HIV/AIDS na região (MONTEIRO et al, 2009). Ocasionado pelas altas taxas de mutação, replicação e recombinação genômica, o HIV-1 apresenta como uma das principais características a variabilidade genética, que se enquadra como um dos fatores evolucionários do vírus que impedem a erradicação da epidemia no mundo (PEETERS et al., 2000). Através da filogenia, quatro grupos virais (M, N, O e P) são identificados (TEBIT et al., 2011). Dentre esses, o grupo M é o mais difundido e representa a maior parte dos casos da epidemia de HIV/AIDS pelo mundo, incluindo no Brasil. Com base na classificação mais recente, esse grupo é diversificado em nove subtipos (A-D, F-H, J e K), além das Formas Recombinantes Circulantes e Únicas. O subtipo F do HIV-1 foi inicialmente descrito em 1994, em indivíduos brasileiros e romenos. Posteriormente, esse subtipo foi dividido e classificado em F1 e F2. O subtipo F1 foi inicialmente identificado em países do continente europeu e da América do Sul, incluindo o Brasil. (DUMITRESCU et al. 1994; HEMELAAR et al, 2011). Estudos aplicados à epidemiologia molecular sugerem que o sub-subtipo F1 foi introduzido ao Brasil em meados de 1977, disseminando-se de forma crescente pela população, e alcançando níveis mais estáveis no início da década de 90 (BELLO et al, 2012). Apesar disso, nos últimos anos, a presença de cepas pertencentes a esse sub-subtipo continua sendo notada nos casos de infecção por HIV-1 no país (BELLO et al, 2012). Estudos apontam que a classificação F1 está entre os três subtipos de maior prevalência no país (GRÄF et al, 2021). Através da análise da epidemiologia molecular, é possível inferir dados filogenéticos integrados com informações sociodemográficas, históricas e características comportamentais do subtipo F1 do HIV-1 no estado da Bahia. Desse modo, a geração e análise dos dados vistos neste estudo são essenciais para a compreensão da dinâmica de transmissão do subtipo viral analisado, que impacta de modo fundamental no entendimento relacionado ao histórico de progressão do vírus e consequente desenvolvimento de ações relacionadas à saúde pública. II. OBJETIVOS Geral Compreender a epidemiologia molecular do subtipo F1 do HIV-1 no estado da Bahia. Específicos 1. Analisar o genoma completo do HIV-1 dos subtipos F1 de um hospital de referência na Bahia. 2. Analisar a diversidade genômica do subtipo F1 do HIV-1 no estado da Bahia. 3. Traçar estudos filogenéticos para avaliar possíveis introduções do subtipo F1 do HIV-1 na Bahia. 4. Verificar o tMRCA (time of the Most Recent Common Ancestor) para cada uma das possíveis introduções do HIV-1, subtipo F1, na Bahia. III. METODOLOGIA Serão analisadas 27 amostras positivas para HIV-1 do subtipo F1, que já possuíam o gene pol sequenciado. Para essas amostras, será realizada uma nova extração de RNA seguida da rt-PCR e posterior amplificação do genoma total do vírus a partir de cinco nested-PCR. Os amplicons serão purificados e submetidos ao sequenciamento de DNA pelo Illumina MIseq. Será realizada a obtenção de sequências correspondentes ao genoma total do HIV-1 no banco de dados Los Alamos (disponível em: www.hiv.lanl.gov/components/sequence/HIV/search). A análise e conferência da fidelidade das sequências como pertencentes ao subtipo F1 será realizada através da plataforma Genome Detective. Informações sobre o número de identificação, localização, ano e sequência de nucleotídeos de todas as sequências serão obtidas no GenBank. O alinhamento das sequências será realizado utilizando o algoritmo MAFFT e editadas por meio do Software Geneious. Será utilizado o software jMODELTEST para identificação do modelo evolutivo adequado ao conjunto de dados. Após seleção do modelo evolutivo serão reconstruídas árvores filogenéticas de ML através da plataforma PhyML, seguida de uma árvore bayesiana pelo pacote BEAST. As árvores serão visualizadas pelo programa FigTree.
SUBJETIVIDADES, PRODUÇÃO DE SAÚDE E BEM VIVER: TECNOLOGIAS EDUCATIVAS E DE INTERAÇÃO SOBRE A EXPERIÊNCIA MIGRATÓRIA DE MULHERES
Bolsista: LETICIA ROSA SANT ANNA
Orientador(a): ELIDA AZEVEDO HENNINGTON
Resumo: A pesquisa proposta parte do reconhecimento acerca da complexidade que envolve o intenso fluxo de migrações forçadas no mundo, caracterizado por um recente e crescente fenômeno de feminização. Dentre a população migrante, recaem sobre as mulheres fatores de vulnerabilização ainda maiores já que, além das dificuldades inerentes aos processos de desterritorialização, somam-se as sobrecargas das atividades domésticas, dos cuidados com filhos e familiares, da precarização dos vínculos de trabalho, entre outras violências de gênero operadas pelas culturas patriarcais, coloniais e racistas de muitos países a que se destinam. A relevância de tal investigação relaciona-se às significativas transformações dos processos migratórios e seus efeitos diretos sobre as mulheres imigrantes e os países que as acolhem e suas políticas públicas sociais, especialmente, de saúde e acolhimento às populações imigrantes e de refugiados. Para abordar a complexidade do tema, este estudo toma a questão da Saúde e Bem Viver como foco, estruturando-se sob o objetivo geral de compreender as estratégias de produção de saúde e resistência às opressões de gênero, raça e classe de mulheres trabalhadoras imigrantes e refugiadas na cidade do Rio de Janeiro, desde um paradigma feminista decolonial e da perspectiva interseccional. O subprojeto atende aos objetivos específicos de apresentar o estado da arte sobre o tema da feminização dos processos migratórios e as repercussões nas vivências e trajetórias de mulheres trabalhadoras imigrantes no país; levantar o noticiário sobre imigração internacional em jornal de grande circulação no Rio de Janeiro; contribuir na produção de recurso educacional aberto e outras tecnologias de informação, comunicação e interação com as participantes da pesquisa, comunidades de imigrantes e demais interessados pelo tema, além da produção de conteúdo para mídias digitais. Este subprojeto faz parte da pesquisa maior denominada “O Bem Viver, subjetividades e estratégias de produção de saúde e resistência às opressões de gênero, raça e classe de mulheres trabalhadoras imigrantes das cidades de Porto Alegre, Rio de Janeiro e Boa Vista”.
Efeito de produtos naturais no desenvolvimento de larvas de Aedes aegypti em criadouros na presença de bactérias e desenvolvimento de modelos anatômicos de imaturos de culicídeos
Bolsista: TALITA KELLEN DOS ANJOS SOARES
Orientador(a): DANIELE PEREIRA DE CASTRO
Resumo: As principais doenças causadas por patógenos transmitidos por insetos vetores são um grande problema de saúde pública mundial. Os surtos de arboviroses transmitidos pelo inseto Aedes aegypti sobrecarregam regularmente os sistemas de saúde do país (OPAS, 2020), por ser o principal vetor do vírus da dengue, além de transmitir o vírus da febre amarela, Zika e chikungunya (Christophers 1960). O controle do vetor é a intervenção mais eficaz e viável para a prevenção dessas doenças (George et. al. 2015), porém a resistência aos inseticidas utilizados tem aumentado bastante (Rivero et al., 2010). Portanto, a busca por novos compostos com atividade inseticida e por novas estratégias de controle é de grande relevância. Compostos naturais além de afetarem a fisiologia e comportamento dos insetos podem afetar também o sistema imunológico e assim comprometerem o desenvolvimento do patógeno. Extratos fúngicos do gênero Metarhizium spp., vêm se destacando como fontes potenciais no desenvolvimento de novos inseticidas. O estudo do potencial larvicida desses produtos deveria levar em consideração os criadouros com presença de diferentes microrganismos. Sendo que as larvas de Ae. aegypti possuem hábitos alimentares diversos, ingerindo principalmente matéria orgânica particulada e microrganismos como fungos, bactérias, microalgas e protozoários. Os mais importantes microrganismos presentes em dietas larvais são, de modo geral, as bactérias, que podem, inclusive, ser a única fonte de alimento desses organismos. Nesse contexto, a aplicação de compostos larvicidas de A. aegypti na presença de bactérias em seus criadouros pode intensificar a ação dos produtos naturais (provenientes de fungos) como inseticidas. Vinculado à essa perspectiva, é relevante salientar também que a construção de modelos anatômicos tridimensionais é uma ferramenta importante para a pesquisa em diversas áreas da biologia. Dentre essas áreas, a compreensão da fisiologia dos insetos é fundamental para aqueles que buscam compreender a morfologia interna e externa dos vetores, além de poder ser utilizado como modelo de identificação de diferentes espécies de culicídeos em cursos de capacitação.
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