Revista Eletrônica do Programa de Bolsas - Edição 2

Revista: Edição 2 | Ano: 2024 | Corpo Editorial: Editorial | Todas edições: Todas
ISSN: 2966-4020
O avanço da Vigilância Popular e sua relação com o Desenvolvimento Solidário Territorial: de uma revisão de mapeamento às sínteses de evidências qualitativas
Bolsista: DEBORAH VICTORIA MARINHO BARRETO CARDOSO
Orientador(a): CARLOS AUGUSTO FERREIRA DE ANDRADE
Resumo: O setor saúde no Brasil confirma-se como de vanguarda na ação territorial e de política civilizatória para uma sociedade inclusiva e solidária. Essa política pública pode ser observada pela acumulação e fluxo histórico da Medicina Comunitária e da Medicina Social que forjam a Saúde Coletiva brasileira. Apesar da prática sistemática de uma vigilância popular não ter seu conceito consolidado, pode ser considerada uma tecnociência solidária, demandando uma construção teórica para orientar seu avanço epistemológico. Essa, apresenta-se como uma necessidade social crítica e complementar às vigilâncias já institucionalizados, como a vigilância em saúde, com destaque do seu potencial orientador do processo de tomada de decisão sobre políticas públicas territorializadas Assim, busca-se a elaboração de um modelo teórico para direcionar o avanço epistemológico e um modelo lógico que compreenda os componentes necessários para avaliações de tecnologias de saúde de forma integrada. Para este modelo verifica-se o guia para escolha de método de síntese de evidências qualitativas com seus cinco passos: 1) definição da questão de pesquisa de avaliação de tecnologias de saúde (ATS), definição e critérios de avaliação de tecnologias específicas; 2) modelo lógico para iniciar a coleção de evidências; 3) relatórios de evidência para cada aspecto de avaliação; 4) modelo lógico ampliado e consenso de evidências sistematizadas para a questão de pesquisa de ATS; e, 5) decisões ou recomendações de ATS. Para o modelo recentemente foram propostos sete passos: 1) a identificação e do objeto de estudo; 2) resgate cognitivo e tempestade de ideias; 3) representação do modelo teórico; 4) revisão da literatura; 5) estruturação do modelo teórico, 6) submissão do modelo teórico a especialistas; e, 7) reestruturação do modelo teórico. As duas referências para as construções dos modelos teórico e lógico, mostram uma convergência da necessidade de se partir de propostas iniciais de construções que devem ser aprimoradas a cada passo. Entre estes, prevalecem técnicas de revisão de literatura e momentos de validação e aperfeiçoamento participativo. Assim, o projeto principal com a realização até o passo 3, alcançou uma representação inicial do modelo teórico, associando vigilância popular, ações intersetoriais e desenvolvimento solidário territorial. Torna-se necessário a realização dos passos seguintes, cujo presente subprojeto tende a contribuir com a realização da revisão da literatura e estruturação do modelo teórico. OBJETIVO. Contribuir com o desenvolvimento conceitual e metodológico da vigilância popular associada ao desenvolvimento solidário territorial, de forma aplicada e sob os princípios da tecnociência solidária. MÉTODOS A revisão de mapeamento, tem sua construção iniciada pelo guideline PRISM. Entretanto, torna-se necessária sua utilização de forma adaptada, pois busca respostas para questões associadas a intervenções de política pública orientada à construção de um modelo teórico sobre conceitos ainda não consolidados. Tendo como objetivo final do estudo a realização de uma ATS de forma integrada, deve-se buscar, desde a revisão de mapeamento (passo 4). Portanto, para formulação de questões de sínteses qualitativas e escopo do projeto principal, identificou-se como mais próximo do formato SPICE. Com este formato, pretende-se alcançar a completude da questão por etapas sucessivas. A estruturação do modelo teórico, visa articular os conhecimentos consolidados nos passos 1-3 àqueles novos obtidos no passo 4, na expectativa de aprimorar e fundamentar o modelo, avançando em uma hierarquia conceitual das mais sensíveis às mais específicas. A construção de um protocolo para elaboração de sínteses de evidências qualitativas para intervenções tem como referencial metodológico o guia para processos de ATS de forma integrada, composto de 5 passos a serem perseguidos subsidiar o processo de tomada de decisão.
Investigação da atividade de Chondodendron platyphyllum (Menispermaceae) na sepse experimental
Bolsista: MATHEUS ALMEIDA DE ALENCAR
Orientador(a): Jaime Ribeiro Filho
Resumo: A sepse é uma condição clínica desafiadora e com alto potencial de fatalidade que se caracteriza por uma resposta inflamatória sistêmica exagerada em decorrência de uma infecção, apesar dos constantes avanços na medicina, a sepse continua sendo uma das principais causas de mortalidade e, por isso, a busca por terapias eficientes e inovações em nível farmacológico é de suma importância. Contudo, seu potencial terapêutico específico em relação à sepse ainda não foi completamente explorado. Nosso trabalho sugere uma avaliação do gradiente de concentração, entre a Curina, as ATCC e nas cepas de resistência, onde Curina apresentou gradiente de concentração significante para P. aureus 25923 e E. coli 25922 em cerca de 50% da máxima exigida, E. coli 06 a Curina foi capaz de inibir em cerca de 20%. A média geométrica foi observada primeiramente para o efeito modulador da Curina quando esta é associada a outros tipos de antibióticos já conhecidos. Na primeira análise a Curina foi capaz de apresentar atividade bactericida no teste de concentração inibitória mínima e como esperado ao associarmos com antibióticos já descritos. Quando Curina é associada com Gentamicina observa-se um potencial de ação para E. coli 06. Dados já demonstram uma ação de moléculas semelhantes capazes de gerar uma diminuição do MIC, podendo fazer uma correlação. A Curina associada à Norfloxacina apresentou também um potencial de ação semelhante. É possível sugerir que Curina demonstrou efetividade tanto em bactérias Gram-positivas quanto em bactérias Gram-negativas. Contudo para cepas de bactérias resistentes, Curina apresentou melhor efetividade para bactérias Gram-negativas. A associação da Curina com Gentamicina foi eficaz para E. coli 06, mesmo com certa interferência entre a Curina e a Norfloxacina.
Isolamento de vírus respiratórios em amostras clínicas de SG e SRAG provenientes da rede de vigilância laboratorial de Influenza do Ministério da Saúde.
Bolsista: BEATRIZ BONSAVER DIAS FERREIRA
Orientador(a): BRAULIA COSTA CAETANO
Resumo: As infecções por vírus respiratórios (VR) como SARS-CoV-2, Influenza, Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e Adenovírus são problemas de saúde pública com importante impacto social e econômico, não apenas pelo fato de as infecções estarem associadas a temporadas anuais de doenças respiratórias, mas também pelo risco da emergência de epidemias e pandemias. Um dos pilares das estratégias de prevenção e controle das infecções respiratórias virais é o monitoramento epidemiológico contínuo e robusto dos VR circulantes na população. Isso envolve tanto a detecção de vírus associados a quadros respiratórios, por meio da testagem em massa de espécimes clínicos, quanto a análise genética, antigênica e fenotípica dos VR presentes em amostras positivas. Isso permite acompanhar a dinâmica evolutiva dos vírus sazonais em diferentes regiões, ajustando-se as estratégias de controle ao cenário epidemiológico local. Também permite detectar precocemente emergência de linhagens que ofereçam maior risco a população, como por exemplo, variantes virais mais transmissíveis e patogênicas, ou que escapem da resposta vacinal, ou que sejam resistentes a antivirais em uso. Enquanto a detecção e sequenciamento viral podem ser realizados a partir das amostras clínicas dos pacientes, os estudos antigênicos e funcionais são realizados por meio de técnicas “in vitro” que dependem previamente de cultivo celular e isolamento e propagação de amostras virais a partir de espécimes clínicos positivos. A antigenicidade viral é avaliada em ensaios sorológicos - como por exemplo, inibição de hemaglutinação (HI), microneutralização (MNT), ensaio de redução de placas ou focos (PRNT) - nos quais os isolados virais são desafiados com amostras de soro produzidas contra os próprios isolados ou pela vacinação. Nos estudos funcionais de avaliação de sensibilidade/resistência a antivirais, a replicação viral é medida, por meio de diferentes técnicas, na presença ou ausência de compostos antivirais de interesse. O presente subprojeto de IC propõe o isolamento de amostras de VR para estudos antigênicos e funcionais.
Abordagens sorológicas aplicadas ao diagnóstico da infecção natural por Trypanosoma cruzi e Leishmania infantum de mamíferos silvestres
Bolsista: LETICIA AFFONSO DUARTE
Orientador(a): SAMANTA CRISTINA DAS CHAGAS XAVIER AZEREDO
Resumo: Trabalhar com fauna silvestre de vida livre ainda é um enorme desafio e um dos maiores obstáculos é a falta de alternativas diagnósticas no mercado. O diagnóstico sorológico é o método eleito para avaliar a amplitude da dispersão do ciclo de transmissão silvestre de Trypanosoma cruzi e Leishmania infantum, consequentemente, o risco da doença humana. O uso de antígenos parasitários quiméricos resulta em um teste diagnóstico sensível e específico em contraste com antígenos brutos de T. cruzi e L. infantum. Nosso objetivo consiste em Padronização dois testes sorológicos para o diagnóstico da infecção por T. cruzi e L. infantum em amostras de soro de espécies da ordem Carnívora com afinidade pela Proteína A para uso na rotina de campo. Duas proteínas com melhor desempenho no Ensaio Imunoenzimático (ELISA), baseado em estudos anteriores, serão testadas para utilização em uma plataforma com duas bandas diagnósticas. Será avaliado um painel com amostras de soro de Nasua nasua positivas para T. cruzi e L. infantum no diagnóstico sorológico; amostras negativas, amostras com ocultura positiva para T. cruzi e L. infantum. O TR Chagas e o DPP-LVC serão desafiados frente a amostras de N. nasua com infecção por outros tripanosomatídeos para avaliar a reação cruzada. O padrão de intensidade das bandas será avaliado em relação ao valor de densidade ótica (DO) do ELISA. A sensibilidade e especificidade serão definidos segundo a Curva ROC e o cut-off definido pela média da densidade ótica. A concordância será avaliada pelo Kappa. Este teste permitirá a rápida tomada de ações preventivas em locais com ou sem notificação da doença de Chagas e Leishmaniose visceral e trará benefícios para localidades onde o acesso a um exame laboratorial mais complexo é limitado.
IgG subclasses: Reatividade a antígenos de latência Rv2029 e Rv3353, e ESAT6:CFP10 na tuberculose pediátrica
Bolsista: Ingrid Bernardes Antero
Orientador(a): MARIA HELENA FERES SAAD
Resumo: A Tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa que compromete a saúde pública mundial, pois é a primeira causa de morte entre as doenças infecciosas. Seu manejo segue desafiador, em especial na faixa etária pediátrica, devido ao caráter paucibacilar da doença nesta população, o que dificulta visualizar e isolar a bactéria por baciloscopia e cultura, respectivamente. O teste rápido molecular Xpert MTB/RFM® (TRM-TB) promissor possui uso limitado na TB pediátrica, pois o caráter paucibacilar, produz na TB pulmonar sensibilidade de 66 %. Os métodos diagnósticos disponíveis, que não dependem da presença do bacilo no espécime clínico, são baseados na resposta imune celular de hipersensibilidade tardia na Prova Tuberculínica (PT) e na detecção de interferon gama produzido pelas células T do periférico induzidas por antígenos específicos de M. tuberculosis (IGRAs), mas possuem limitações. A PT requer 72 hs para o resultado e apresenta baixa especificidade; os IGRAs, embora mais específicos têm baixa sensibilidade, requerem mais de 24 h para o resultado, equipamentos e profissionais especializados, não atendem a necessidade de serem testes rápidos, de fácil operacionalidade, de baixo custo e não discriminam a TB ativa da TB latente (LTBI), além de mostrarem sensibilidade limitada em crianças (particularmente nos <5 anos de idade) Assim, biomarcadores alternativos que possam atender esta demanda são necessários. Estudos prévios em adultos mostraram resposta diferenciada de IgG e seus subtipos em TB ativa e LTBI associados a diferentes antígenos micobacterianos expressos ou não na LTBI. Assim, com base na complexidade de M. tuberculosis, o agente etiológico da TB, para sobreviver no hospedeiro, será avaliado os marcadores de latência Rv2029 e Rv3353, bem como o internacional ESAT5:CFP10 como alternativa auxiliar no diagnósticos por resposta de IgG e subclasses de soros de crianças e adolescentes, com TB ativa ou LTBI e controle, utilizando o convencional método imunoenzimático em suporte sólido (ELISA).
Avaliação das manifestações clínicas de COVID longa em uma coorte de adultos no Rio de Janeiro
Bolsista: RHAYANNE BERRIEL DE OLIVEIRA MARTINS MASSANTI
Orientador(a): LUSIELE GUARALDO
Resumo: A subfamília Coronavirinae inclui diversos vírus respiratórios capazes de infectar seres humanos como Severe Acute Respiratory Syndrome vírus-1 (SARS), Middle Eastern Respiratory Syndrome vírus (MERS) e o SARS-CoV-2. Desde dezembro de 2019, a doença pelo SARS-CoV-2 (COVID-19) tem se alastrado rapidamente na China e ao redor do mundo, somando mais de 700 milhões de casos distribuídos na quase totalidade do globo. Atualmente, uma considerável parcela de sobreviventes adultos de COVID-19 pode desenvolver sintomas a longo prazo, que tem sido caracterizada como síndrome pós-COVID ou COVID longa, termo usado para descrever a persistência ou aparecimento de um ou mais sintomas associados a COVID-19 após 4 semanas da fase aguda, que envolve danos a uma variedade de sistemas orgânicos. Esse estudo visa estimar a frequência de COVID longa com manifestações pulmonares; cardiológicas e neuropsiquiátricas entre os indivíduos adultos infectados pelo SARS-CoV-2, participantes do estudo “História Natural da infecção por SARS-CoV-2 em uma população de adultos, gestantes, recém-natos e crianças”. Trata-se de estudo longitudinal prospectivo, de pacientes com COVID-19, acompanhados por 12 meses por telemonitoramento. As visitas de acompanhamento ambulatorial naqueles pacientes que precisem e que apresentem sintomas, ocorrerão aos 7, 14, 21, 28, 45, 60, 90, 120, 180, 270, 360 dias após diagnóstico. Acreditamos que a pesquisa poderá contribuir com a compreensão das manifestações da COVID-longa auxiliando o diagnóstico, prognóstico e intervenção terapêutica.
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