Bolsista: FELIPE CARNEIRO DE SOUZA
Orientador(a): CLEBER NASCIMENTO DO CARMO
Resumo: O presente estudo irá traçar os perfis da mortalidade de três faixas etárias da população idosa da região sudeste do Brasil no período de 2012 a 2022, bem como os fatores socioeconômicos contextuais relacionados.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo ecológico, de caráter descritivo e analítico, a partir de dados secundários de mortalidade da população idosa, no período de 2012 a 2022. A unidade de análise espacial será representada pelos municípios e Unidades da Federação.
São elegíveis para este estudo todos os indivíduos de 60 anos ou mais, divididos nas seguintes faixas etárias: 60 a 69 anos (idosos mais jovens), 70 a 79 anos (septuagenários) e 80 anos ou mais de idade (longevos), que correspondem a 53,4%, 30,7% e 15,9% dos idosos, respectivamente (DATASUS, 2018). A fonte de dados será o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM/SUS), a partir das declarações de óbitos. Além disso, usaremos dados de população obtidos a partir de consulta às bases de dados do censo demográfico, projeções e estimativas demográficas do IBGE para o período de estudo. Variáveis contextuais serão obtidas a partir de dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e do Ministério da Saúde.
Como variáveis de contexto, pretendemos considerar: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal; Índice de Gini; Índice de Vulnerabilidade Social e Taxa de analfabetismo. Utilizaremos os valores mais recentes disponíveis, considerando os anos do período do estudo, sendo dados de 2017 referentes à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) para o IDH-M, Índice de Gini e taxa de analfabetismo, e dados referentes a 2019 para o Índice de Vulnerabilidade Social.
As variáveis do estudo são dados agregados no nível de todos os municípios da região Sudeste, coletados a partir de fontes secundárias. O desfecho analisado corresponde aos óbitos por causas específicas em idosos mais jovens, septuagenários e longevos, segundo local de residência. Para tanto, as causas básicas de óbito serão consideradas agrupadas de acordo com os capítulos da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde- 10ª Revisão (CID-10).
Para alcançar o objetivo, as variáveis dependentes do estudo serão avaliadas de duas formas. Calcularemos a Mortalidade Proporcional (MP) segundo a causa do óbito para fins de análise descritiva da região Sudeste como um todo, permitindo identificar mais claramente as principais causas de óbito e observar as diferenças na escala de prioridades entre as faixas etárias investigadas. E para a utilização dos dados municipais nas análises múltiplas, as causas serão avaliadas em função da estimativa do risco de morte, expresso pelo Coeficiente de Mortalidade Específico por Causa e Idade (CMId).
De modo a conhecer os padrões dos dados de mortalidade por causas e classificá-los
quanto à sua estrutura, utilizaremos a Análise de Agrupamentos. Os municípios investigados serão agrupados de acordo com o grau de correspondência ao longo das características analisadas, formando grupos (ou clusters) homogêneos internamente e heterogêneos externamente (HAIR et al., 2009).
A presença de diferenças significativas entre os agrupamentos de municípios quanto à média dos coeficientes de mortalidade, bem como em relação às variáveis independentes investigadas, será determinada por meio de testes t de student, ANOVA e ou de Kruskal-Wallis. A fim de facilitar a compreensão da distribuição dos clusters formados na região Sudeste, os mesmos serão apresentados por meio de mapas temáticos.
No que diz respeito à análise do constructo socioeconômico contextual, optaremos por considerar a construção de índices a partir da Análise de Componentes Principais, na qual as variáveis se agrupam de acordo com as dimensões latentes no seu conjunto e interpretadas por aquilo que representam coletivamente (FÁVERO et al., 2009).