Bolsista: GABRIELA PALMERIM DOS SANTOS
Orientador(a): André Felipe Candido da Silva
Resumo: II – Apresentação
Atualmente a floresta amazônica tem passado por um nível de devastação similar ao ocorrido nos anos 1970 e 1980. O desmatamento tem se acelerado em consequência da exploração de madeira, do garimpo e do avanço da fronteira agropecuária, que consiste principalmente na expansão de terra para cultivo de soja e criação de gado. Cientistas, ativistas e organizações da sociedade civil vêm chamando atenção para as consequências dramáticas desse processo para as comunidades locais, principalmente para os coletivos indígenas, que têm sofrido pressão por garimpeiros, grileiros e madeireiros, como também para os efeitos ecológicos. Pesquisadores especializados no estudo da região têm alertado sobre a importância vital da cobertura vegetal da Amazônia na regulação climática do território sul-americano e do planeta como um todo. Alguns deles advertem que o ecossistema se aproxima dos “pontos críticos” a partir dos quais entrará em marcha um processo irreversível de savanização (Lovejoy; Nobre, 2019). Os efeitos para as demais regiões do Brasil serão dramáticos. Alguns deles, como crises hídricas já tem se insinuado em consequência das alterações do regime hidrológico e meteorológico na Amazônia.
Projeto de pesquisa de escopo internacional, intitulado “A Amazônia como microcosmo do Antropoceno: a história das pesquisas transnacionais em ecologia amazônica e os impactos ambientais da Grande Aceleração (1952-2002)” e coordenado por André Felipe Cândido da Silva, foi recentemente aprovado em edital do Programa de Excelência em Pesquisa da Casa de Oswaldo Cruz realizado junto ao CNPq no edital N.08/2021. O projeto visa compreender as redes transnacionais de pesquisa científica dedicadas a compreender a ecologia da Amazônia brasileira, com a finalidade de analisar como a região passou de paisagem regional, vista como vazio demográfico e plena de recursos naturais que deveriam ser explorados, a um bioma de relevância global, com funções importantes nos processos que constituem o sistema terrestre. Com recorte temporal delimitado entre os anos de 1952 e 2002, a proposta também tenciona investigar os circuitos por meio dos quais a crítica à devastação ambiental da floresta amazônica ganhou amplitude global no contexto de organização do movimento ambientalista, insuflado principalmente a partir de 1972, com a Conferência de Estocolmo (McCormick, 1992).
Nos últimos 60 anos, houve uma escalada sem precedentes na expansão e intensificação das atividades humanas na bacia amazônica, fomentada principalmente pelos projetos de desenvolvimento sedimentados em modelos autoritários e centralizados. A ditadura civil-militar implantada no Brasil em 1964 impulsionou a ocupação do território amazônico por meio de projetos de colonização assentados na agropecuária e pela construção de obras de infraestrutura como rodovias e hidrelétricas, além de incentivar ações de exploração de minérios, com participação de companhias multinacionais (Batista, 2016). As consequências socioambientais dessas intervenções massivas no metabolismo ecológico do bioma foram dramáticas (Pádua, 2015). Essa intensificação da devastação ambiental na Amazônia pelas ações humanas acompanhou a expansão de atividades socioeconômicas em todo o globo no mesmo período. As transformações nos processos físicos e biogeoquímicos do sistema terrestre propiciaram a entrada do planeta terra em um novo regime geológico, que tem sido chamado de Antropoceno ou Grande Aceleração (McNeill & Engelke, 2014; Steffen et. al., 2015). O Brasil e demais países do Sul Global “passaram a adaptar suas ordens sociais, políticas, culturais e ambientais às demandas do capitalismo global" (Mougey 2018), demandas muito ampliadas em função do crescimento socioeconômico alavancado principalmente pelo aumento da atividade industrial, agropecuário e pelo setor terciário, como também pelo crescimento populacional.
O aumento da devastação ambiental provocado por projetos de infraestrutura e por atividades econômicas na Amazônia gerou, a partir dos anos 1970, reação inflamada de ambientalistas, cientistas, intelectuais, políticos, ONGs e instituições. A floresta amazônica tornou-se sinônimo de floresta tropical e avatar do futuro da humanidade no planeta, em um processo de globalização política que fez dela um ícone do movimento ambientalista contemporâneo recém-constituído (Hecht e Cockburn, 1990; Slater, 2002; Pádua, 2005, 2015; Acker, 2014, 2017; Niebauer, 2019, 2021). A imprensa internacional foi uma das principais caixas de ressonância das críticas à devastação da Amazônia incentivada pelas políticas públicas do governo militar, como também à atuação dos governos estabelecidos com o fim da ditadura. A mídia impressa nacional também vocalizou as reações ao avanço sobre a bacia amazônica por projetos de colonização, hidrelétricas, rodovias e mineradoras, mas tais reações oscilaram segundo os alinhamentos políticos e ideológicos de cada veículo. Cabe investigar essas distintas reações, articulando-as com os diferentes contextos políticos e econômicos que atravessaram o período, como também as mudanças nas temáticas privilegiadas nas matérias sobre a Amazônia entre os anos e 1972 e 1992. A finalidade deste projeto é fazer um mapeamento dos principais motes discursivos veiculados pela imprensa brasileira sobre a Amazônia neste recorte temporal em pesquisa nos jornais que compõem a Hemeroteca Digital da Biblioteca Digital e no acervo histórico do jornal O Globo, disponível online. Com isso pretende-se compreender como os enunciados científicos sobre os mecanismos de funcionamento do ecossistema amazônico ganharam a esfera pública, os dispositivos de tradução envolvidos na comunicação desse conhecimento ao público leigo e a forma como tais enunciados contribuíram para edificar o imaginário sobre a Amazônia. Além disso, tem-se por fim analisar como a imprensa brasileira noticiou as críticas e discursos dos movimentos ambientalistas acerca da destruição da floresta amazônica.
III – Justificativa e Relevância
A temática da devastação ambiental da Amazônia representa tema de enorme atualidade, visto o crescimento do desmatamento para dar lugar a pastos e campos de soja, sem contar a contaminação de rios e a invasão de terras indígenas pelo garimpo. As ciências têm desempenhado papel relevante na evidenciação dos efeitos dessa destruição nas funções que o ecossistema desempenha em escala local, nacional, continental e global. Tais funções consistem principalmente no papel da biomassa vegetal como “pia de carbono”, como reservatório da biodiversidade terrestre e como engrenagem fundamental na regulação climática e hidrológica. As críticas e denúncias à manutenção desse padrão de devastação enfatizam como a reversão da destruição pela preservação da floresta, pela defesa da demarcação das terras indígenas e pelo estabelecimento de padrões sustentáveis de relação com os recursos naturais representa passo fundamental para a manutenção da espécie humana no planeta. As críticas e denúncias tem ganhado amplitude internacional e contribuído para a pressão que o Brasil tem sofrido por parte de governos estrangeiros e grupos com poder econômico, que tem acenado para o boicote de produtos advindos da destruição da floresta.
Diante disso, a temática da história recente da Amazônia reveste-se de relevância social, cultural e política, já que permite esclarecer continuidades e descontinuidades no processo de interação com a floresta por parte da sociedade e do Estado brasileiro nos últimos 70 anos. Possibilita compreender os principais processos implicados na devastação ecológica, as políticas públicas estabelecidas que os influenciou ou procurou revertê-los, além de evidenciar os imaginários em torno da região que insuflaram o padrão predatório que temos mantido com ela. Ademais, preocupa-se em sublinhar o papel que as ciências desempenharam na compreensão das dinâmicas ecológicas da Amazônia e na evidenciação das consequências das intervenções nessas dinâmicas por projetos de modernização e de exploração dos recursos. Elas têm sido fundamentais no acompanhamento da devastação da floresta, na elucidação do papel que ela tem no metabolismo climático e hidrológico e na elaboração de estratégias de desenvolvimento econômico que impliquem em relações sustentáveis com o ecossistema, como vem sendo defendido pela bioeconomia. Por outro lado, as ciências e as tecnociências contribuíram para a viabilização da exploração massiva de recursos. Mapeamentos de regiões ricas em minérios, idealização de projetos de infraestrutura e formulação de insumos que viabilizem a prática da agropecuária na região são apenas alguns exemplos que demonstram o papel ambivalente que as ciências e a tecnologia têm exercido nesse processo.
A articulação da história ambiental com a história das ciências representa uma inovação metodológica para lidar com a Amazônia em perspectiva histórica. Ela possibilita compreender como os processos de devastação ecológica ocorreram em sincronia com a elucidação dos mecanismos de funcionamento do ecossistema e com a expressão cada vez mais intensa de críticas aos padrões de desenvolvimento direcionados à região. Nesse sentido, este projeto dialoga estreitamente com a farta bibliografia que trata da história da Amazônia, sobretudo daquela que aborda os planos de ocupação e desenvolvimento da região no decorrer do século XX e os efeitos socioambientais desses programas (Araújo, 1992; Weinstein, 1993; Gondim, 1994; Andrade, 2012; Slater, 2002; Pádua, 2005, 2015; Garfield, 2014; Acker, 2017; Batista, 2016, Mougey, 2018). Essa historiografia traz subsídios importantes para a compreensão das motivações políticas e ideológicas que modelaram os projetos endereçados à Amazônia; os grupos de interesse que participaram desse processo, os conflitos, negociações e acomodações entre elites locais, agências federais e companhias privadas nacionais e internacionais. Muito embora mencione instituições de pesquisa, projetos científicos e tecnologias envolvidos nos processos de avanço sobre o território amazônico, essa historiografia não percorre de forma aprofundada o lugar dos saberes científicos nas percepções da bacia amazônica, nem na concepção e execução dos programas de desenvolvimento.
A historiografia sobre as denúncias da devastação da floresta e do drama socioambiental vivido pela Amazônia em consequência dos projetos de infraestrutura promovidos pela ditadura civil-militar representa outra frente de diálogo importante para o desenvolvimento desta pesquisa (Hecht & Cockburn, 1990; Slater, 2002; Pádua, 2005, 2015; Acker, 2017, Niebauer, 2019, 2021). Seus estudiosos exploram os circuitos intelectuais, institucionais e as alianças que transformaram a destruição da Amazônia em tópico de interesse e atuação do movimento ambientalista internacional, de maneira que “floresta tropical tornou-se sinônimo de Amazônia na década de 1970", conforme afirma Slater (2002, p. 134). Segundo esse movimento, o desmatamento da Amazônia seria uma ameaça não só à região, mas ao planeta como um todo. No entanto, essa historiografia não aprofunda o papel do conhecimento científico provindo das pesquisas sobre a Amazônia na formulação de imagens, discursos e argumentos mobilizados pelos diversos segmentos alinhados em defesa da preservação da floresta.
Os autores que têm refletido sobre a Grande Aceleração/ Antropoceno do ponto de vista da história e das humanidades enfatizam os processos de utilização de recursos, os padrões de consumo e as intervenções socioambientais que acarretaram as modificações do Sistema Terra (Mcneill & Engelke, 2014). Tem havido um esforço de correlacionar essas tendências globais com os processos históricos ocorridos no Brasil, no sentido de definir como o país se integrou às cadeias globais da Grande Aceleração, inclusive com esforços de pensar a Amazônia nesse contexto (Pádua, 2017; Acker & Fischer, 2018; Fischer, 2018; Mougey, 2018; Oliveira, 2018; Silva, 2018). No entanto, a complexidade do papel das ciências e da tecnologia em tais processos não é examinada, nem como instância que viabiliza os padrões de utilização de elementos da biosfera pelas sociedades humanas, nem na evidenciação dos efeitos desses padrões nas dinâmicas planetárias.
Apesar de alguns trabalhos que abordam como o processo de devastação ambiental tem sido reportado pela imprensa, eles não analisam como os discursos veiculados em jornais e revistas da mídia impressa transmitiram os enunciados e categorias elaboradas pela pesquisa científica. Além disso, não registram o impacto dos projetos de cooperação internacional dedicados a elucidar os variados aspectos da ecologia amazônica.
A combinação da historiografia ambiental com a historiografia das ciências e da Amazônia no enfrentamento de questões analisadas a partir do conceito do Antropoceno traz o potencial de lançar nova luz sobre as conexões que colocaram a região amazônica no foco desta nova época geológica conformada pela ação humana no planeta. A investigação do histórico dessas conexões contribui para um debate mais qualificado sobre os desafios contemporâneos da Amazônia, atualmente absorvida em níveis de devastação similares aos observados no auge do cataclismo ecológico provocado durante a ditadura militar. A retórica e os projetos idealizados para a região ficam em geral presos a padrões anacrônicos de desenvolvimento como crescimento econômico e exploração de “recursos”. Assim como alguns programas de conservação, esses padrões são circunscritos pela dualidade sociedade/ natureza, sem conseguirem elaborar propostas efetivamente integradas para o complexo mosaico socioambiental que é a Amazônia. A pesquisa histórica possibilita imaginar novos futuros a partir da análise do passado, inclusive recuperando o histórico de abordagens, perspectivas, projetos e alianças que avançaram de forma bem-sucedida no equacionamento desses desafios.
IV – Objetivos
- Investigar como a mídia impressa no Brasil repercutiu o processo de devastação ambiental na Amazônia entre os anos de 1972 e 1992, tendo em mira verificar como retratou as políticas públicas que alavancaram esse processo, como caracterizou os atores locais e as representações sobre a região que contribuiu para divulgar e sedimentar;
- Compreender as transformações nos sentidos evocados pela região Amazônica a partir dos registros da imprensa em um período marcado por grandes mudanças nos discursos ecológicos no âmbito dos quais a floresta tropical assumiu posição de relevo;
- Acompanhar como a imprensa registrou as iniciativas de cooperação científica internacional dedicadas à ecologia da Amazônia e qual seu papel na divulgação, na esfera pública, de conceitos especializados e terminologias oriundos das pesquisas e da atuação de cientistas, intelectuais e ativistas;
- Verificar o modo como a imprensa reportou as mudanças climáticas e o processo de perda da biodiversidade nas notícias sobre a Amazônia, principalmente no sentido de enfatizar o papel da região no metabolismo meteorológico, hidrológico e biológico que abrange o território brasileiro e o planeta como um todo.
V – Metodologia
A primeira etapa da pesquisa consiste na leitura de textos ligados à temática do projeto mais amplo ao qual a iniciação científica está vinculada, de modo a familiarizar a aluna com a historiografia pertinente ao tema que irá analisar e a delinear o contexto no qual seu estudo está inserido. Os textos combinam temas da história da Amazônia, da história ambiental, da história das ciências, além de análises sobre a história do Brasil no período de estudo. Esta fase inicial também envolve a leitura de textos de caráter teórico e metodológico, como aqueles que tratam da pesquisa em periódicos (De Lucca, 2006) de história oral (Ferreira, Fernandes & Alberti, 2000) e que abordam a história em perspectiva transnacional e global.
A familiarização com a literatura especializada sobre o tema e com os debates mais recentes também será feita por meio da participação nos encontros mensais de pesquisa do Grupo de Estudo, “História, Saúde e Ecologia na Grande Aceleração”, coordenado pelo orientador, no qual são debatidas pesquisas realizadas tanto por membros da equipe quanto por convidados, publicadas ou em fase de elaboração. Representa uma ótima oportunidade de socialização com estudantes de pós-graduação e pesquisadores profissionais e de desenvolvimento da formação da aluna, já que possibilita entrar em contato com discussões complexas relativas ao tema específico do projeto mais amplo no qual se insere este subprojeto, mas também com debates gerais do campo da historiografia, da história ambiental e da história das ciências.
O levantamento de fontes históricas primárias será feito por meio de pesquisa na base online da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, que reúne coleção expressiva de periódicos, e no Acervo Histórico do Jornal O Globo, igualmente disponibilizado online. Serão utilizados termos de busca mais amplos, como Amazônia e floresta amazônica, mas também expressões mais específicas, relativas aos projetos de cooperação internacional dedicados ao estudo da ecologia amazônica e de personagens que se destacaram nesses estudos ou na vocalização das críticas dos efeitos da devastação ambiental da região. O recorte temporal privilegiado será de 1972 a 1992. Além de O Globo, os demais jornais que serão selecionados para análise mais detidas dos textos serão aqueles que apresentarem maior número de ocorrências. Os textos coletados serão registrados em base de dados com palavras-chave que serão disponibilizados a toda a equipe do projeto “A Amazônia como microcosmo do Antropoceno”. Além disso, uma análise dos principais temas veiculados na imprensa subsidiará o trabalho da aluna, que apresentará seus resultados na Reunião Anual de Iniciação Científica e também em encontros acadêmicos da área de história a partir de fichamento das reportagens e exame do conteúdo, articulado à bibliografia especializada no tema.
VI – Atividades Previstas
1 – Leitura de obras de referência nas áreas da história ambiental, da história das ciências, história do Brasil, além de algumas obras da área de teoria e metodologia da história, de maneira a franquear o contato com autores clássicos e recentes que subsidiem o desenvolvimento do projeto. O acompanhamento será feito por meio de reuniões de orientação.
2 – Pesquisa de levantamento, catalogação, leitura, fichamento e interpretação de fontes documentais obtidas por meio de pesquisa na imprensa da época de estudo, disponibilizada na página online da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, utilizando palavras-chave relacionadas à temática de interesse.
3 – Acompanhamento de atividades institucionais, com participações nas reuniões internas do grupo de pesquisa registrado no CNPq, “História, Saúde e Ecologia na Grande Aceleração”, coordenado pelo orientador e que conta com a participação de estudantes de mestrado, doutorado, além de pesquisadores e professores de outras instituições no Brasil e no exterior. A aluna também será incentivada a participar de eventos promovidos pela Casa de Oswaldo Cruz (COC) como cursos livres, tal como o curso “História, Saúde e Ambiente no Conhecimento”, promovido anualmente pelo grupo e do evento quinzenal oferecido pelo Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde (PPGHCS-COC/ Fiocruz) chamado “Encontro às Quintas”, que consiste em conferências de pesquisadores de instituições nacionais e internacionais ligados ao estudo de temáticas afeitas ao campo da história e historiografia das ciências, da saúde e do ambiente.
4 – Participação em encontros acadêmicos da área de história e de história das ciências e da saúde, como o encontro bienal da Associação Nacional de História (ANPUH) e das Reuniões Anuais de Iniciação Científica da Fiocruz, tendo em mira possibilitar à aluna elaborar textos autorais baseados na pesquisa de fontes primárias e bibliográficas, bem como posteres com imagens e recursos gráficos. Desta forma espera-se contribuir para a familiarização com práticas e metodologias da pesquisa histórica que confiram autonomia suficiente para desenvolver estudo monográfico em nível de pós-graduação.