Revista Eletrônica do Programa de Bolsas - Edição 1

Revista: Edição 1 | Ano: 2023 | Corpo Editorial: Editorial | Todas edições: Todas
ISSN: 2966-4020
Vigilância Epidemiológica em Tempo Real de bactérias causadoras de IST a partir de material clínico por qPCR-HRM.
Bolsista: Kamila Alexandra da Cunha Geraldeli
Orientador(a): Ivano Raffaele Victorio de Filippis Capasso
Resumo: Infecções sexualmente transmissíveis (IST) também conhecidas como doenças venéreas são doenças transmitidas por via sexual, principalmente por sexo vaginal, anal ou oral. Vários tipos de agentes infecciosos (vírus, fungos, bactérias e parasitas) estão envolvidos nas IST, gerando diferentes sintomas como feridas, corrimento, dor ao urinar, bolhas ou verrugas. Entre as IST causadas por bactérias estão a Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae (gonorréia), Treponema pallidum (sífilis), Mycoplasma genitalium e Streptococcus agalactiae ou Streptococo do grupo B (SGB). As três IST mais frequentes no mundo juntas, contagiam mais de 340 milhões de pessoas por ano, sendo 131 milhões por clamidia, 78 milhões por gonorréia e 5,6 milhões por sífilis. No Brasil, o cenário estimado não é muito diferente — como apenas os casos de HIV e de sífilis em gestantes e bebês são notificados obrigatoriamente ao Ministério da Saúde, é difícil ter estatísticas gerais mais fidedignas. Os dados relativos a IST provêm frequentemente de clínicas, programas de rastreio ou estudos baseados em laboratórios de análises clínicas. Diferentes IST, podem estar presente ou ser transmitidas simultaneamente, e a presença de qualquer infecção aumenta o risco de contrair outros tipos de IST. Essas infecções são muitas vezes oligo ou assintomáticas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as IST constituem os cinco tipos de doenças para os quais adultos em todo o mundo mais procuram ajuda médica. Infecções sexualmente transmissíveis podem causar danos fetais e neonatais, neoplasia genital e infertilidade. Um número de estratégias de diagnóstico e testes, de qualidade variável, estão disponíveis em clínicas particulares e hospitais públicos. Além do diagnóstico clínico e laboratorial, um fator importante para o sucesso do tratamento é a determinação da susceptibilidade do agente etiológico aos antimicrobianos. A determinação da susceptibilidade a antimicrobianos é realizada através do método de antibiograma que pode ser qualitativo ou quantitativo pela determinação da concentração inibitória mínima ou CIM. Em ambos os casos, é preciso cultivar a bactéria pois esta precisa estar viável e pura. Tanto C. trachomatis, quanto N. gonorrhoeae, T. pallidum e M. genitalium, são consideradas bactérias fastidiosas, isto é de difícil cultivo e muito sensíveis ao meio externo podendo se tornar inviáveis ou incultiváveis após algumas horas de exposilção do material clínico ao meio ambiente. Os novos métodos de diagnóstico molecular baseados na PCR, possibilitam a detecção do DNA genômico desses agentes diretamente no material clínico. Genes associados à diminuição da susceptibilidade a antimicrobianos, também podem ser detectados por métodos moleculares como a PCR convencional ou PCR em tempo real com sondas (Taqman), a partir de material clínico, quando o agente etiológico é de difícil cultivo. O presente projeto, propõe a utilização da PCR em tempo Real com HRM (qPCR-HRM) para o diagnóstico dos agentes etiológicos e para a detecção de genes associados à resistência a antibióticos. Além de possibilitar a detecção da resistência aos antibióticos de escolha diretamente a partir do material clínico, a qPCR-HRM apresenta um custo-benefício bastante alto, pois é um método rápido, com alta sensibilidade e especificidade (similar ao Taqman) e custo muito menor por não utilizar sondas.
Avaliação dos efeitos da Silimarina combinada ao Lactobacillus gasseri e ao L. acidophilus em camundongos após o tratamento para a Esquistossomose
Bolsista: MONNYQUE RAISA BEZERRA SILVA
Orientador(a): Fabio Lopes de Melo
Resumo: A esquistossomose é uma doença negligenciada causada por trematódeos do gênero Schistosoma, endêmica em diversos países tropicais e subtropicais, como Egito, Venezuela e Brasil. No Brasil, cerca de 1,5 milhões de pessoas vivem em áreas vulneráveis à infecção do parasita, nas quais o Nordeste e o Sudeste se destacam como as regiões mais afetadas (BRASIL, 2019). A esquistossomose, quando não tratada precocemente, pode desencadear complicações como hemorragia digestiva e hipertensão portal e até mesmo a morte (MAWA et al., 2021). O tratamento da esquistossomose é realizado através da quimioterapia em massa com o praziquantel, que embora apresente uma alta taxa de sucesso em seu tratamento direcionado à esquistossomose, uma vez que reduz a carga parasitária e a produção de ovos pelo helminto, os danos hepáticos não são revertidos completamente. Nesse sentido, faz-se necessário o desenvolvimento de novas drogas capazes de assumir um papel adjuvante no tratamento da esquistossomose (TA et al., 2020). A Silimarina (SM) — um extrato vegetal oriundo da Silybum marianum e constituído por um complexo de flavolignanas como a silibina, silidianina e silichristina — apresenta propriedades hepatoprotetoras e de espectro de atuação em doenças hepáticas como icterícia, hepatite e cirrose. A sua atividade hepatoprotetora é mediada pela inibição da formação de peróxidos lipídicos, eliminação de radicais livres, mudança das propriedades físicas da membrana celular e pela redução da fibrogênese hepática. Essa atividade pode expressar redução significante de marcadores hepáticos bioquímicos a nível sérico, a exemplo da transaminase pirúvica (TGP), transaminase oxalacética (TGO), GamaGlutamil Transferase (GGT) e da Fosfatase alcalina; os quais também podem ser utilizados como Índices Biológicos (IB) para inferências acerca da fibrose hepática. Paralelamente, relata-se também benefícios oriundos da administração de probióticos enquanto moduladores da resposta imunológica e facilitadores na reversão da disbiose intestinal. É compreendido que as bactérias do gênero Lactobacillus exercem influência, por competição, no meio intestinal e induzem alterações no pH para a inibição de microrganismos danosos; existindo a liberação de bacteriocinas quando as bactérias do gênero interagem com bifidobactérias. Tamanha interação pode ser capaz de reverter quadros favoráveis para a translocação bacteriana em indivíduos acometidos pela Esquistossomose. Uma vez que a patologia do S. mansoni depende do estado nutricional e da resposta imune do paciente, o ambiente em disbiose é favorável para a sua reinfecção. Além de promover barreiras ao revitalizar a microbiota e trazer um equilíbrio simbionte, o uso destas bactérias enquanto probióticos foi capaz de expressar significante redução na quantidade de vermes e de ovoposição, assim como na amenização dos efeitos granulomatosos. (EL-KHADRAGY et al.,2019). Nesse sentido, o objetivo do presente estudo é analisar os efeitos da Silimarina, L. acidophilus e L. gasseri em camundongos no período de pós-tratamento para a esquistossomose.
Avaliar o impacto da reconstrução mamária na sobrevida de submetidas a mastectomia no período de 2014 a 2019 em uma instituição filantrópica Salvador-Bahia.
Bolsista: RAFAEL OLIVEIRA SILVA
Orientador(a): Maria da Conceição Chagas de Almeida
Resumo: 1. INTRODUÇÃO: O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos. Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) no ano de 2014, o câncer de mama foi o tipo mais frequente de câncer em mulheres no Brasil e no mundo. Ele também foi responsável pelo maior número de mortes por câncer em mulheres. Os sintomas do câncer de mama são variados e podem incluir nódulo palpável endurecido no seio (associado ou não à dor), nódulo palpável na axila (linfonodo), alterações na pele da mama (pele em “casca de laranja”) e saída de secreção pelo mamilo. O tratamento do câncer de mama envolve terapia clínica (quimioterapia, hormonioterapia e radioterapia) e cirúrgica (retirada conservadora do tumor ou retirada de toda a mama). Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial de cura. Quando há evidências de metástases (doença disseminada), o tratamento tem por objetivo melhorar a qualidade de vida da paciente. Muitas mulheres com câncer de mama em estágio inicial podem ter indicação de opção de tratamento a cirurgia conservadora da mama e mastectomia. A preferência inicial é pela mastectomia como uma maneira de retirada total do tumor e de forma mais rápida. A retirada da mama é um processo difícil para a mulher diagnosticada câncer porque afeta diretamente a autoestima da paciente. Por isso, a reconstrução mamária é um procedimento importante para a mulher se recuperar emocionalmente. Embora cada caso seja diferente, a maioria das pacientes que fazem mastectomia pode fazer a reconstrução, ao mesmo tempo que a mastectomia (reconstrução imediata) ou num momento posterior (reconstrução tardia). Existem vários tipos de reconstrução mamária disponíveis e o processo de reconstrução nem sempre é muito rápido, muitas vezes pode ser necessário mais do que cirurgia. Os principais tipos de cirurgia utilizados para reconstruir a forma da mama são: implantes mamários, procedimentos usando retalhos cutâneos e reconstrução do mamilo e da aréola. 2. JUSTIFICATIVA Uma das principais preocupações para mulheres que enfrentam o câncer de mama é perder um ou ambos os seios. A retirada da mama é um processo difícil para a mulher diagnosticada com câncer porque afeta diretamente a autoestima da paciente. Felizmente, o tratamento do câncer de mama evoluiu muito nos últimos anos e o diagnóstico precoce permite que cirurgias menos agressivas para a retirada do tumor sejam feitas bem como as técnicas cirúrgicas de reconstrução mamária. A cirurgia de reconstrução mamária é uma espécie de resgate para a mulher devolvendo para a mesma os sentimentos de autoconfiança, autoestima e otimismo. O câncer de mama é um dos que mais matam mulheres no mundo, diante disso, avaliar a sobrevida e impacto da reconstrução mamária nesse contexto se torna de extrema relevância, 3. OBJETIVOS Estudar, retrospectivamente, as mulheres submetidas a mastectomia com reconstrução mamária imediata, os resultados pós-operatórios além de avaliar a sobrevida e mortalidade das pacientes, 4. METODOLOGIA O estudo é de natureza observacional, analítico e retrospectivo, cujo propósito é estudar as mulheres submetidas a mastectomia com reconstrução mamária imediata no braço operacional da Liga Bahiana Contra o Câncer no Hospital Aristides Maltez em pacientes com diagnóstico de câncer de mama que tiveram indicação de mastectomia com reconstrução mamária imediata, no período de janeiro de 2014 a dezembro de 2019. 5. POPULAÇÃO E AMOSTRA O recrutamento da população será por amostragem não probabilística por con- veniência entre as pacientes com diagnóstico histopatológico de câncer de mama operadas no serviço de mastologia do HAM 5.1. Critérios de inclusão i. Mulheres com diagnóstico histopatológico de câncer de mama por core biopsia, biópsia incisional ou excisíonal. ii. Indicação de mastectomia, que realizaram reconstrução mamária imediata, operadas por Mastologistas com atuação em Oncoplastia no período de 2014 a 2019. 5.2. Critérios de exclusão i. Perda de dados durante a análise de prontuário ii. Radioterapia mamária prévia 6. INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS 6.1 Formulário do Protocolo de Pesquisa O formulário para registro dos dados coletados foi desenvolvido pelo pesquisador. O instrumento contém seção de questões referente aos dados sociodemográficos, clínicos, patológicos, cirúrgicos e resultados pós-operatórios. Os itens averiguados quanto aos dados pós-operatório incluem ocorrência de hematoma, seroma, infecção e deiscência de ferida operatória, necrose de retalho de pele, perda de implantes, evolução e progressão da doença, além dos óbitos pelo câncer de mama.
Atividade Antimalárica in vitro de compostos derivados de naftoquinonas
Bolsista: HELIA CRISTINY TAVARES DE SOUZA DIEL
Orientador(a): CAROLINA BIONI GARCIA TELES
Resumo: De acordo com os últimos dados da OMS, no ano de 2021 foram registrados aproximadamente 241 milhões de infectados por malária no mundo e cerca de 620 mil óbitos (WHO, 2021). No Brasil, somente no ano de 2021, a Região Amazônica notificou 139.089 casos (BRASIL, 2022). Diante deste cenário epidemiológico, a espécie de Plasmodium falciparum, é o agente causador da forma mais agravante da doença, pois possui os casos de maior complexidade e mortalidade, sendo associado a distúrbios neurológicos, problemas respiratórios e abortos em mulheres grávidas (MACKINTOSH; BEESON, MARSH, 2004). A limitação dos tratamentos convencionais e o aumento crescente da multirresistência aos medicamentos são aspectos importantes que apontam para a urgência de descoberta de novas drogas para o tratamento dessa doença (MENARD; DONDORP, 2017; SILVA et al., 2018). Nesse contexto, levando em consideração as potenciais aplicações biológicas e importância química das naftoquinonas, novas moléculas derivadas desta classe, podem se tornar uma das alternativas no tratamento da malária (RIBEIRO et al., 2021). Na literatura há relatos de atividades das naftoquinonas como agentes antimicrobianos (FUTURO et al., 2018), leishmanicida (LEZAMA-DAVILA et al., 2012) e anticâncer (SCHEPETKIN et al., 2020). Além disso, essa classe de moléculas já foi utilizada em estudos in vitro que buscam compostos com atividade antimalárica (BRANDÃO et al., 2018; DE SENA PEREIRA et al., 2018; PATEL; BETECK; LEGOABE, 2021). O objetivo deste estudo é avaliar o potencial antiplasmodial in vitro de dois compostos derivados de uma naftoquinona inéditos. Os compostos serão cedidos pela pesquisadora Dra. Alcione Carvalho do Laboratório de Síntese Orgânica Aplicada da Universidade Federal Fluminense. Para avaliar a atividade antimalárica, os cultivos com predomínio de anéis serão obtidos por sincronização com sorbitol (LAMBROS; VANDERBERG, 1979), os parasitos em meio RPMI serão distribuídos em placas de 96 poços considerando: 0,5% de parasitemia, 2% de hematócrito e mais os compostos (10x diluídos). Serão realizados controles de parasitos não tratados, tratados com artemisinina e de hemácias não parasitadas. As placas serão incubadas a 37 ºC por 72 h. A atividade será mensurada por fluorescência usando Sybr green I (SMILKSTEIN et al., 2004). O valor de inibição de crescimento de 50% dos parasitos (IC50) será determinado por análise de curvas dose-resposta sigmoidais. As células HepG2 serão cultivadas em meio RPMI, após serão tripsinizadas, contadas e o valor de 1x104 células/poço será plaqueado e incubado por ? 16 h em estufa a 37 °C, 5% de CO2 e 95% de umidade. Em seguida, serão adicionados os compostos e incubado novamente por 72 h. A citotoxicidade será determinada por método de fluorescência com resazurina (MADUREIRA et al., 2002). Para as análises da concentração citotóxica para 50% das células viáveis (CC50) serão considerados resultados significativos valores de p<0,05 e R2 > 0,95. O índice de seletividade (IS) será calculado entre a razão de CC50/IC50 e comparados. Valores de IS?10 serão considerados seletivos, enquanto valores menores que 10 indicarão ausência de seletividade (NAVA-ZUAZO et al., 2010). Para o ensaio de hemólise, 1% de eritrócitos humanos será plaqueado com os compostos e incubada por 30 min á 37 °C. Saponina a 0,05% será usada como controle de hemólise, controle negativo com hemácias não tratadas e branco com meio RPMI. A leitura da absorbância será realizada em espectrofotômetro (WANG et al., 2010). A taxa de hemólise da amostra será calculada comparando com o controle de saponina. Os resultados serão avaliados mediante ANOVA e considerados significativos se apresentarem nível de significância (p<0,05). Espera-se com o presente estudo eleger um composto com atividade antimalárica para ser conduzido para os ensaios in vitro mais específicos com formas assexuadas e sexuadas do parasito.
Correlação da produção de citocinas inflamatórias e componentes do sistema renina angiotensina na COVID-19: contribuição para a patogênese e progressão da doença.
Bolsista: LUCIANA GONCALVES DA SILVA
Orientador(a): ERIC HENRIQUE ROMA DE LIMA
Resumo: A doença causada pelo SARS-Cov-2 (COVID-19) causa doença grave em cerca de 20% dos infectados, com cerca de 6% de mortalidade, no Brasil. Apesar do grande esforço na busca de tratamentos e vacinas, estudos sobre os mecanismos patogênicos da COVID-19 ainda são escassos. Anormalidades hematológicas, como linfopenia, trombocitopenia, fibrinogênio elevado, produtos de degradação de fibrinogênio elevados, bem como citocinas como a IL-6 estão emergindo como um importante marcador prognóstico para o pior resultado da COVID-19. A síndrome de liberação de citocinas (SRC) é uma doença inflamatória sistêmica, e a "tempestade de citocinas", descreve uma produção excepcionalmente alta de citocinas. Há evidências substanciais de que a SRC ocorre em pacientes com diagnóstico de COVID-19 e esteja associada a um pior prognóstico. Um perfil de citocinas caracterizado por aumento de IL-2, IL-7, fator estimulador de colônia de granulócitos (g-CSF), proteína 10 induzível por interferon-Gamma, proteína quimioatraente de monócitos 1, proteína inflamatória de macrófago 1-Alpha e fator de necrose tumoral-Alpha foi observada na COVID-19 grave. Por outro lado, o sistema renina angiotensina (SRA) encontra-se desregulado na covid-19, visto que o SARS-CoV-2 utiliza do receptor ECA2, uma das principais moléculas do sistema, para infectar as células hospedeiras. Interferência neste receptor pode desbalancear a conversão de Angiotensina II em Angiotensina 1-7, moléculas envolvidas no SRA, mas também com importante papel na ativação de resposta inflamatória em células do sistema imune. Nosso objetivo será analisar a produção de citocinas inflamatórias e componentes do SRA em pacientes com as formas moderada e grave da COVID-19 e em indivíduos saudáveis, correlacionando estes dados para determinar como a desregulação do SRA contribui para a SRC na covid-19. Os participantes serão selecionados no Centro Hospitalar para COVID-19 do INI/Fiocruz. Amostras de plasma serão utilizadas para dosar a produção de citocinas TNF-alfa, IL-1beta, e IL-6, além de ECA2, ECA, Angiotensina II, e Angiotensina 1-7, por ELISA. Desta forma, entender como mecanismos inflamatórios interferem na COVID-19, trará ganhos para posterior identificação de alvos terapêuticos eficientes no controle da infecção. A aluna de IC terá acesso às metodologias de isolamento e cultura de células, ELISA, Luminex e citometria de fluxo, além de participar das atividades do laboratório e seminários, que serão importantes para sua formação científica.
Estudo da integridade da barreira hematoencefálica em pacientes com infecção pelo SARS-CoV-2 e manifestações neurológicas
Bolsista: Rhuann Pontes
Orientador(a): Clarice Neuenschwander Lins de Morais
Resumo: Durante a pandemia do novo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave tipo 2 (SARS-CoV-2), iniciada em 2019, o SARS-CoV-2 vem provando seus efeitos agudos e pós-infecciosos sobre o sistema nervoso central (SNC), sendo implicado em quadros de encefalopatias, meningoencefalites, convulsões, vasculite cerebral e acidentes vasculares cerebrais. Sendo assim, o conhecimento sobre a neuropatogênese da doença do novo coronavírus de 2019 (COVID-19) está em pleno desenvolvimento, com especial interesse sobre o potencial neuroinvasivo e neuroinflamatório do vírus¹,². O SARS-CoV-2 tem sido identificado em exames histopatológicos de cérebro de casos fatais, juntamente com sinais de dano endotelial microvascular e invasão de linfócitos T em parênquima cerebral e meninges3,4,5,6,7. Por outro lado, o exame do líquor de pacientes com COVID-19 e manifestações neurológicas têm detectado o SARS-CoV-2 apenas em uma minoria dos caso8. Pleocitose, aumento dos níveis de proteínas totais e albumina assim como a presença de imunoglobulinas anti-SARS-CoV-2, têm sido achados frequentes no líquor desses pacientes 9,10,11. De modo geral, aumento de proteínas totais no LCR pode advir de inflamações meníngeas e mieloencefálicas ou de dano axonal, enquanto aumento da concentração de albumina relativo ao seu valor sérico (coeficiente de albumina líquor:soro) decorre de ruptura da integridade da barreira hematoencefálica (BHE), com aumento da permeabilidade à albumina sérica, pois não há produção desta proteína no SNC12. Por sua vez, aumentos do coeficiente de imunoglobulinas líquor:soro podem indicar aumento na permeabilidade da BHE ou produção local destas em SNC para o espaço liquórico (produção intra-tecal)13. Altos títulos de imunoglobulinas anti-SARS-CoV-2 em LCR têm sido achados frequentes na COVID-19 com manifestações de SNC14; todavia, dados sobre integridade/permeabilidade da BHE e produção intratecal de anticorpos anti-SARS-CoV-2 são ainda escassos. Desse modo, a atual proposta irá examinar o líquor de pacientes com infecção pelo SARS-CoV-2 internados com AVC, encefalopatias e meningoencefalites, a fim de verificar a integridade da barreira hematoencefálica.
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