Revista Eletrônica do Programa de Bolsas - Edição ZERO

Revista: Edição ZERO | Ano: 2022 | Corpo Editorial: Editorial | Todas edições: Todas
ISSN: 2966-4020
A genotipagem do HPV seria útil na avaliação prognósticas de pacientes com Neoplasia intaepitelial cervical grau 2 (NIC2)?
Bolsista: RAYNE HELEN LOPES DE OLIVEIRA
Orientador(a): CECILIA VIANNA DE ANDRADE
Resumo: O rastreio do câncer do colo uterino de forma sistemática e organizada leva a uma queda na incidência do câncer cervical. Mesmo com a Introdução da vacinação contra o HPV, que é efetiva e leva a uma alta proteção ao câncer cervical, o rastreio continua sendo uma importante ferramenta para reduzir as taxas de câncer cervical em pacientes não imunizadas ou com cânceres relacionados aos Tipos de HPV não contemplados pela vacina. Com a evolução do rastreio e a melhor compreensão do processo de oncogênese do carcinoma escamoso do colo uterino, o NIC2, que até pouco tempo atrás era considerado um ponto de corte inequívoco para tratamento cirúrgico, atualmente é considerado uma lesão com alto percentual de regressão. Em 2018 foi publicada uma metanálise onde o percentual de regressão da NIC2 foi estimado em 50%, persistência em 32% dos casos e 18% para progressão, levando ao conhecimento atual que a maioria das lesões de NIC2 regridem espontaneamente, especialmente em pacientes jovens. Ainda não há critérios claros moleculares ou morfológicos que sejam preditivos de evolução das NIC2, apesar das recomendações da LAST 2012 sugerir a utilização do p16 para decisão de tratar ou acompanhar as pacientes, em estudos prévios do nosso grupo não é um exame acurado. A infecção persistente por HPV de alto risco é um dos principais fatores de risco para o carcinoma escamosos do colo uterino. Visando avaliar se o tipo de HPV encontrado pode ser preditivo de evolução ou regressão espontânea de NIC, foi proposto um estudo de coorte com pacientes de NIC2 para identificar biomarcadores úteis para diferenciar o NIC2 com maior potencial regressor dos casos com maior potencial de progressão/persistência. Os casos de NIC2 foram incluídos de duas formas uma prospectiva ainda recrutando e seguindo as pacientes e uma retrospectiva com localização dos casos de NIC2 no arquivo da Coordenação diagnóstica de patologia. O diagnóstico de NIC 2 na biopsia foi definido pela concordância de pelo menos dois patologistas que avaliaram as amostras de forma independente, os casos de discordância formam definidos por diagnóstico de consenso entre três patologista avaliando o caso em conjunto. O desfecho clínico foi definido, nos casos tratados, pela análise do procedimento excisional. Os casos não tratados tiveram o desfecho definido pelo resultado das citologia, colposcopia de seguimento e/ou nova biópsia realizada por indicação do ginecologista, casos os achado de colposcopia e citologia não fossem concordantes foi considerado o achado mais grave, exceto nos casos em que foi realizado nova biópsia em que o resultado desta foi utilizada para definir o desfecho. Foi considerado como não regressão a persistência de NIC 2 ou mais no espécime histológico resultante de procedimento excisional ou de biópsia realizada por suspeita de progressão. A regressão completa foi definida pela ausência total de doença no espécime histológico de procedimento excisional ou em duas citologias e colposcopias negativas e com junção escamocolunar (JEC) completamente visível em intervalos semestrais. Casos que apresentaram lesão de baixo grau (NIC 1) foram considerados como regressão parcial. Foram incluídos 116 casos de NIC2, a media de idade foi de 33,95± 10,58. O desfecho clínico de um ano foi definido 43,9% por seguimento e 53,5% por peça de tratamento excisional. A regressão ocorreu em 49,1% dos casos (parcial-26,72% e completa-22,4%) a persistência foi observada em 33,62% e a progressão foi identificada em 13,8% dos casos. Houve perda de seguimento de 2,59% (3 casos) O DNA está sendo extraído do bloco de parafina para realização de genotipagem do HPV por amplificação por PCR e avaliação dos casos positivos por sequenciamento. 77 casos já tiveram o DNA extraído, destes 42 já foram amplificados e 13 casos foram enviados para plataforma de sequenciamento. Esta etapa do projeto ainda encontra-se em andamento. ?
Vigilância e controle do caracol terrestre invasor Achatina fulica Bowdich, 1822: uma revisão integrativa da literatura
Bolsista: Ruam Alexandre Ferreira Costa
Orientador(a): SUZETE RODRIGUES GOMES
Resumo: Moluscos terrestres estão classificados na classe Gastropoda, a única do filo com representantes encontrados no ambiente terrestre, estando representados por lesmas, semi-lesmas e caracóis. Várias espécies têm sido introduzidas nos países, especialmente através da importação de produtos agrícolas. Algumas possuem comportamento invasor, sendo de difícil controle, causando danos importantes em ambientes agrícolas e urbanos, oferecendo riscos à saúde humana e veterinária. O caracol gigante africano Achatina fulica é hoje uma destas espécies, sendo encontrada em praticamente todos os continentes e considerada uma das piores 100 espécies invasoras no mundo. No Brasil é encontrada em praticamente todos os Estados. O objetivo deste projeto é avaliar que cultivos já foram reportados na literatura com infestações por A. fulica, bem como que metodologias de vigilância e controle tem sido propostas para a espécie. Serão considerados artigos publicados nos últimos 50 anos no mundo. A busca pelas publicações será realizada nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), Scopus (Elsevier), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Publicações Médicas (PubMed) e Google Acadêmico. Após a obtenção da amostra final, os artigos serão qualificados, seguindo a metodologia Prisma. Serão incluídos no estudo os artigos que mencionem algum tipo de controle e/ou algum tipo de infestação em área agrícola. A partir destes artigos serão avaliados os cultivos atacados nos diferentes continentes e países, danos causados pelos moluscos nos mesmos, tipo de ambiente onde o estudo foi desenvolvido (agrícola, urbana, laboratório) e metodologias de controle (físico, químico, biológico, integrado), ao longo dos últimos 50 anos. Espera-se que os dados gerados possam embasar ações de vigilância e controle desta espécie e de seus nematódeos associados.
A TRAGÉDIA SOCIOAMBIENTAL DO ROMPIMENTO DAS BARRAGENS EM MINAS GERAIS VISTA PELOS OLHOS DOS ATINGIDOS
Bolsista: Laura de Luna Katona
Orientador(a): SIMONE SANTOS SILVA OLIVEIRA
Resumo: A pesquisa proposta trata das tragédias socioambientais dos rompimentos das barragens do Fundão (empresa Samarco/Mariana, MG) e do Córrego do Feijão (empresa Vale/Brumadinho, MG) buscando dar destaque à visão dos atingidos, através da análise do discurso expressa em mídia aderente e alternativa do jornal A Sirene em contraposição aos discursos da grande mídia (Jornal O Globo) e das instituições oficiais da reparação (Fundação Renova). Para isso, pesquisa irá levantar e sistematizar as matérias publicadas dos jornais A Sirene e O Globo; descrever as produções de sentidos envolvidas nas práticas discursivas dos atingidos através do material disponível pelo jornal A Sirene, assim como dos grandes jornais e suas fórmulas cristalizadas de abordagem; Identificar os discursos dominantes e os discursos de resistência, evidenciando as formas de apagamento praticadas pelas narrativas dominantes e suas relações de apagamento das narrativas de resistência. A análise se iniciou com a leitura horizontal do material selecionado, onde foram anotadas as primeiras pistas discursivas e suas controvérsias. A próxima fase da pesquisa busca compreender as condições de produção do discurso técnico-científico apresentado tanto no Jornal A Sirene como no site de referência da Fundação Renova e nas peças publicitárias e de divulgação das empresas e, especialmente, na mídia tradicional. Nesta etapa da pesquisa para aprofundar a compreensão das controvérsias de discursos também estão sendo levantadas as matérias da grande mídia, especialmente do jornal O Globo, no período estudado com relação ao tema da pesquisa maior. Para efetuar o levantamento dessas matérias, foi criada uma linha do tempo com os principais acontecimentos decorrentes do rompimento das barragens estudadas, utilizando como referência, principalmente, o site do Ministério Público Federal (MPF), e pesquisando tanto no Jornal O Globo, quanto no Jornal A Sirene as matérias dentro do mesmo espaço temporal. Considerando o levantamento dos dados do jornal O Globo, desde 2016 até 2021, são 73 edições. Dentre essas 73 edições, foram selecionadas as matérias que abordavam o rompimento da barragem do Fundão ou algum fator decorrente. Foram selecionadas cerca de 61 matérias até o atual momento. O levantamento continuará usufruindo da linha do tempo construída para buscar em outras datas marcantes qual foi a perspectiva abordada pela grande mídia para, então, colocar em contraponto com a concepção apresentada pela pequena mídia local, no caso específico, o levantamento feito do jornal A Sirene.
AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DE CIANOBACTÉRIAS E MICROPLÁSTICOS EM CLADÓCEROS (CRUSTACEA, BRANCHIOPODA)
Bolsista: VINICIUS VERAS E SILVA
Orientador(a): ALOYSIO DA SILVA FERRAO FILHO
Resumo: Os ecossistemas aquáticos vêm sofrendo grande impacto antrópico ao longo das últimas décadas, com a introdução de substâncias de origem diversa, assim como matéria orgânica de origem doméstica e substâncias sintéticas de origem industrial. Isto tem levado a um intenso comprometimento da dinâmica das comunidades naturais, devido ao crescente processo de eutrofização artificial, com consequente aumento na produtividade e alterações na estrutura das comunidades aquáticas, como o aparecimento florações de cianobactérias. Vários gêneros de cianobactérias que formam florações produzem toxinas. As toxinas de cianobactérias, que são conhecidas como cianotoxinas, constituem uma grande fonte de produtos naturais tóxicos produzidos por esses microorganismos. Algumas dessas toxinas, que são caracterizadas como neurotoxinas por sua ação rápida, causam a morte por parada respiratória após poucos minutos de exposição. Outras atuam menos rapidamente e são identificadas como peptídeos ou alcalóides hepatotóxicos. Os microplásticos são outro tipo de problema que vem impactando os ecossistemas aquáticos, tanto de água doce quanto marinhos, podendo se acumular nas cadeias alimentares e causar efeitos no crescimento e na reprodução de organismos aquáticos. O gênero Daphnia, alocado dentro da família Daphnidae (Ordem Cladocera), possui espécies consideradas como sentinelas dos ecossistemas aquáticos de água doce, uma vez que possui uma grande sensibilidade em relação à presença de poluentes. Deste modo, o presente projeto pretende testar o efeito conjunto entre cianobactérias e microplásticos em microcrustáceos filtradores, avaliando o sinergismo dos efeitos prejudiciais de ambos sobre a fisiologia dos organismos testados.
Avaliação de novos fármacos anti-hipnozoítas de Plasmodium vivax com reduzida hemotoxicidade, favorável perfil farmacocinético e de biodistribuição hepática
Bolsista: MARIA GUEDES BORGES
Orientador(a): LEONARDO JOSE DE MOURA CARVALHO
Resumo: O Programa Nacional de Controle de Malária adotou estratégia de eliminação de malária por Plasmodium falciparum no Brasil. A eliminação de P. vivax, espécie mais prevalente no país (89% dos mais de 157 mil casos de malária em 2019) é mais complicada, pois esse parasita apresenta obstáculos como a gametocitemia precoce e, principalmente, a existência de formas latentes – os hipnozoítas, responsáveis por recaídas. A primaquina, droga disponível para tratar hipnozoítas, tem apresentado alarmante falha terapêutica. Além disso, a primaquina e a nova droga tafenoquina podem causar hemólise aguda em pacientes com deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD). Assim, o objetivo deste projeto é avaliar novos fármacos anti-hipnozoítas de baixa hemotoxicidade, modificados para concentração em hepatócitos, e inibidores de enzimas de P. vivax. Para isso, modificações estruturais na primaquina e na tafenoquina através de química medicinal, ou através de engenharia de nanopartículas conjugadas com açucares com direcionamento aos hepatócitos, serão utilizadas para gerar novos fármacos que mantenham a atividade anti-hipnozoíta mas percam a capacidade de induzir hemólise através de estresse oxidativo. A atividade hemolítica das drogas selecionadas será avaliada in vitro com a utilização de hemácias humanas de indivíduos deficientes em G6PD, e in vivo com o uso de camundongos deficientes nessa enzima. Estudos farmacocinéticos e de biodistribuição irão determinar a concentração dessas drogas, por HPLC, em diferentes tecidos e em diferentes tempos e avaliar se a estratégia de direcionamento a hepatócitos funciona. A geração de novas moléculas anti-hipnozoítas seguras e eficazes é fundamental para uma política de controle efetivo e de eliminação de malária por P. vivax.
Comunicação e linguagem no PROJETO DE NOSSO TERRITÓRIO SABEMOS NÓS
Bolsista: Sally Inae Yoshikawa
Orientador(a): SIMONE SANTOS SILVA OLIVEIRA
Resumo: Este projeto de iniciação científica, para o período abril/2022 a setembro/2023, se insere na pesquisa “De Nosso Território Sabemos Nós” realizada pelo grupo liderado pela profa. Simone Oliveira do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (CESTEH/ENSP/Fiocruz), que tem por objetivo potencializar a resiliência comunitária e a promoção da saúde, frente aos desastres e emergências. Essa pesquisa-intervenção, se desenvolve em dois bairros localizados nas cidades serranas (Córrego Dantas/Nova Friburgo e Caleme/Teresópolis), comunidades mais afetadas pelo desastre de 2011. O projeto “De Nosso Território Sabemos Nós” aposta na combinação da participação cidadã com as tecnologias digitais que podem favorecer um bom caminho para a superação do fosso entre gestão/academia e territórios, com a criação de um canal contínuo de comunicação. Nessa perspectiva, a solução proposta pela pesquisa, após os mapeamentos participativos das cartografias sociais, foi desenvolvimento de aplicativo comunitário que viabiliza de forma ágil e precisa a comunicação dos moradores com a gestão pública local. E, nesta fase, atual da pesquisa, tem-se o desafio de implementação do aplicativo/site das comunidades estudadas e sua disseminação junto aos moradores para utilização. Para que essa comunicação, implementação e disseminação ocorram se faz necessária a construção de uma linguagem comum que permita um fluxo de entendimento das partes nesse processo. Dessa forma, as questões sobre a comunicação dos grupos em si e entre si são cruciais e devem ser trabalhadas cuidadosamente. O objetivo do projeto PIBIT é, com foco na necessidade de construção de uma linguagem comum entre os diferentes públicos que compõe a pesquisa intervenção, buscar favorecer o diálogo entre eles no desenvolvimento de um sistema colaborativo, criando meios para uma comunicação e difusão apropriada dos dispositivos do projeto visando ampliação e eficiência dos seus usos. Para atingir este objetivo pretende-se identificar a produção do conhecimento das diferentes metodologias para avaliação da efetividade comunicacional através de grupos de estudos; aplicar métodos para avaliação da eficácia comunicacional dos dispositivos do projeto juntos às redes sociais utilizadas pelas comunidades; e desenvolver produtos para comunicação e divulgação dos dispositivos contribuindo com as estratégias de ação com foco especial na implementação do aplicativo/site desenvolvido pela equipe de pesquisadores e sua disseminação nas populações alvo.
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